Parlamentar tem dialogado com representantes do MDB e União Brasil. Foto: ALECE.

A chamada “janela partidária”, período em que os candidatos ao pleito deste ano poderão se filiar a outros partidos sem qualquer punição, já está em vigor e perdurará até o próximo dia 1º de abril. Esse tem sido o principal assunto nos bastidores da Assembleia Legislativa do Ceará, e foi levado à tribuna pelo deputado Heitor Férrer (Solidariedade – SD), durante sessão ordinária, na manhã desta quinta-feira (03).

O parlamentar destacou as dificuldades que têm enfrentado na escolha de um novo partido. Há possibilidade de Férrer ingressar no partido União Brasil, sob o comando do deputado federal Capitão Wagner (PROS), mas ele quer liberdade para não se vincular a qualquer candidato ao Governo Federal. Durante discurso, ele lembrou que esteve filiado ao PDT durante quase 30 anos, tendo que sair da sigla após o ingresso do grupo político liderado no Ceará por Ciro e Cid Gomes.

“Tive que sair, pois não poderia conviver com um grupo político ao qual me opus durante toda a minha vida nesse parlamento. E aí fui para o PSB, que depois passou a ser presidido por Odorico Monteiro e decidiu apoiar Camilo Santana para governador e Cid Gomes para o Senado, ou seja, fui obrigado a me desfiliar. Fui convidado para o Solidariedade e recebido por Genecias Noronha, que cumpre com tudo que promete”, destacou.

Porém, o Solidariedade não deve ser atrativo para Heitor Férrer no pleito deste ano, o que inviabiliza sua pretensa candidatura pela legenda. A saída é dada como certa, mas o parlamentar ainda busca ouvir outras legendas para definir novo rumo. “Vejam a situação em que me encontro. Estou num partido que me dou bem, mas que não tem militância para uma campanha bem-sucedida. E neste mês terei que me decidir”, declarou.

Heitor Férrer agradeceu ao ex-senador Eunício Oliveira (PMDB) e ao deputado federal Capitão Wagner (PR) por colocarem seus partidos à disposição. “Independentemente da minha escolha, desde já agradeço ao apoio dos meus eleitores e lembro que eles têm discernimento para escolher seus representantes para outros cargos, sem qualquer orientação minha. O que adianto é que minha campanha será sem Lula e sem Bolsonaro”, esclareceu.

Na avaliação de Férrer, o seu eleitorado é bem difuso, com pessoas que apoiam desde o ex-presidente da República, Lula, do Partido dos Trabalhadores, até Jair Bolsonaro (PL), atual presidente da República e com posicionamento frontalmente contrário ao defendido pela sigla petista.

Veja o lamento do deputado Heitor: