Ministro Anderson Torres pediu a ”vários setores” da pasta que adotassem as medidas cabíveis. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O Ministério da Justiça determinou a suspensão do filme ”Como se tornar o pior aluno da escola” em plataformas de streaming. Segundo despacho da Secretaria Nacional do Consumidor publicado nesta terça-feira (15) no Diário Oficial da União (DOU).

De acordo com a publicação caso ”a disponibilização, exibição e oferta” do filme não sejam interrompidas em até cinco dias, deve ser aplicada multa diária de R$ 50 mil. Segundo a decisão, assinada pela diretora do Departamento de Proteção e de Defesa do Consumidor, Lilian Brandão, a medida foi tomada ”tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista”.

Inspirado em um livro do comediante e apresentador Danilo Gentili, que também atua no filme, o longa, de 2017, é acusado de fazer apologia à pedofilia.

A história gira em torno de dois adolescentes, interpretados pelos atores Bruno Munhoz e Daniel Pimentel, que encontram um diário com “dicas” de como se tornar “o pior aluno da escola”. Um trecho do filme que circulou na segunda-feira (14) nas redes sociais gerou polêmica, especialmente quando o inspetor, vivido por Fábio Porchat, sugere um ato sexual por parte dos garotos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, que já havia se manifestado sobre a polêmica dizendo que tinha pedido a ”vários setores” da pasta que adotassem as medidas cabíveis, compartilhou a decisão em suas redes sociais nesta terça-feira (15).

A postagem recebeu o apoio de outros membros do Governo Federal, como o secretário de Cultura, Mário Frias, e a ministra Damares Alves, e também do deputado estadual cearense André Fernandes (PL). ”Parabéns, Ministro! Tem gente que reclama que eu “faço muita zoada”, mas já provei inúmeras vezes que as minhas “zoadas” têm surtido efeito!”, publicou Fernandes.

André repudiou o longa através de suas redes sociais, no último domingo (13). Ele confirmou que havia conversado com a ministra Damares, que comanda a Secretaria da Mulher, Família e Direitos Humanos, sobre o caso, e que a apologia ao abuso infantil retratada no filme não podia ficar impune. Ele também havia acionado o Ministério Público Federal (MPF).

Defesa 

Ontem, Gentili se defendeu das acusações. Por meio de sua assessoria frisou que o filme é uma obra de ficção.

”Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas… O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá, gente?”, ironizou.

Com informações da Agência Brasil