Sobre o período de compra de vacinas durante a pandemia, Teich comentou que o momento envolvia a decisão de um país inteiro, não só de um Ministério. Foto: Divulgação.

Nesta segunda-feira (28), o ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Nelson Teich, adiantou que participa da elaboração de um documento com diretrizes para a Saúde e combate ao coronavírus no Brasil, com o acompanhamento dos efeitos das vacinas na população.

Em entrevista à jornalista Kézya Diniz, do programa Conexão Assembleia, Teich afirmou que o objetivo é entregar o documento aos candidatos à Presidência da República que irão ao segundo turno nas eleições de 2022.

”O mundo todo se movimenta para criar uma vacina que consiga proteger contra variantes futuras de Coronavírus. Tenho participado de discussões que estudam os efeitos das vacinas e esses estudos são necessários para que criemos um programa de vacinação efetivo. Essas pesquisas vão orientar a elaboração de propostas para a área da Saúde a serem encaminhas aos candidatos”, disse.

De acordo com o ex-ministro, a flexibilização do uso de máscaras em alguns estados brasileiros ainda acontece em um momento vulnerável. ”Quando você deixa a mortalidade dos casos em queda, você soma com a esperança que vai dar tudo certo. O uso de máscaras ainda é ideal, em um lugar fechado, eu usaria máscara”, acrescentou.

Questionado pelo presidente da Comissão de Saúde e Seguridade Social da Assembleia Legislativa, Guilherme Landim (PDT), sobre a redução de casos e um possível fim da pandemia, Teich respondeu que o futuro ainda é incerto em relação à doença. ”Certeza que vai dar tudo certo é impossível e, em relação à vacina, não dá para saber o que vai acontecer, apesar de estarmos vivenciando um período de diminuição do número de mortes, o grande risco da Covid é o surgimento de uma nova variante. Temos que considerar que a doença ainda mata mais do que doenças como a Influenza, por exemplo”, alertou.

Sobre o período de compra de vacinas durante a pandemia, Teich comentou que o momento envolvia a decisão de um país inteiro, não só de um Ministério. ”Era necessário absoluta transparência do gestor dizer ‘a situação é crítica, estão saindo as vacinas, ainda não sabemos se elas vão funcionar, mas se elas funcionarem, para estarmos na lista para receber, precisamos investir dinheiro. Devemos correr o risco de perder o dinheiro, ao invés de perder vidas”, pontuou.

Ao rememorar o contexto que o levou a pedir demissão do Ministério da Saúde, Teich declarou que acredita que o Governo Federal perdeu a chance de se tornar uma grande liderança para a sociedade, por meio de uma comunicação direta sobre a situação da pandemia. ”É preciso compreender que um ministro não é médico nem é político, ele é um gestor. Eu sempre fui conhecido como um gestor que entrega, mas sem autonomia, não é possível entregar resultados. Quando eu vi que não teria autonomia para entregar resultados, foi determinante para sair do Ministério”, dissertou.

Fonte: Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.