As críticas do parlamentar foram feitas durante sessão ordinária da AL nesta sexta-feira (04). Foto: ALECE.

O deputado estadual Renato Roseno (PSOL) se disse revoltado com o aumento no número de pessoas em situação de rua em Fortaleza. Para o parlamentar, “é simplesmente indigno e revoltante” que uma sociedade consiga concentrar riqueza em uma ponta e produzir “tanta miséria e sofrimento” em sua base.

Em pronunciamento na Assembleia Legislativa do Ceará, o socialista defendeu que medidas sejam tomadas para reduzir o número de pessoas vivendo nas ruas. No início da tarde desta sexta-feira (04), o prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira, anunciou um pacote de ações emergenciais para atender essas pessoas, dentre as quais, a criação de um abrigo para mulheres e família, construção de mais um Espaço de Higiene Cidadão e investimento total de R$ 8,7 milhões no setor.

A Prefeitura de Fortaleza divulgou, na quarta-feira (02), os dados do II Censo Municipal da População de Rua, que tem como objetivo nortear as políticas públicas para a população mais vulnerável da Capital. A pesquisa mostrou que 2.653 pessoas vivem em situação de rua na cidade, sendo a maioria do sexo masculino (81,5%) e com idade entre 31 e 49 anos (49,1%).

“O Censo de população em situação de rua de Fortaleza mostra que houve um aumento de 54% de pessoas nessa condição entre 2014 e 2021. É simplesmente indigno e revoltante que uma sociedade consiga concentrar tanta riqueza numa ponta e produzir tanta miséria e sofrimento em sua base”, disse Renato Roseno.

“Sistema enfraquecido”

O deputado sugeriu a realização de audiência pública para debater a criação de uma política pública voltada para a população de rua, não apenas em Fortaleza, mas para todo o Ceará.  Segundo disse, o orçamento para desenvolver ações votadas para assistência social no Brasil deveria ser de R$ 3 bilhões. No entanto, com o corte orçamentário feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para R$ 900 milhões, o sistema está sendo enfraquecido.

Roseno avaliou também que os Estados precisam investir na área para evitar a interrupção dos serviços. “Esta conta da assistência social ou vai ser paga exclusivamente pelos prefeitos, se não tiver cofinanciamento do Estado, ou vão fechar. Por isso é importante o incremento de verbas por parte do Governo do Estado”, defendeu.

Veja trecho do discurso do deputado Renato: