Deputados durante os trabalhos da sessão da AL. Foto: Miguel Martins.

Além dos temas corriqueiros que são levados à tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará, nos corredores da Casa outro assunto tem sido tocado por, praticamente, todos os deputados estaduais. Há menos de uma semana para o início da chamada “janela partidária”, parlamentares discutem com suas lideranças políticas o melhor caminho para o pleito deste ano.

Dois acontecimentos recentes são fatores que estão sendo levados em conta pelos membros do Legislativo estadual: a fusão DEM e PSL para o surgimento do União Brasil, e a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, que tem impactos diretos na relação da legenda com a base governista local. Apesar de evitarem comentar sobre a janela partidária com a imprensa, os deputados têm discutido, e muito, sobre as possibilidades de ingresso ou não em determinadas legendas.

O deputado André Fernandes não esperou a janela partidária e, já em dezembro, logo após Bolsonaro ingressar no PL, deixou o Republicanos e se filiou à legenda liberal. Passa a formar bancada com a deputada Dra. Silvana, eleita pelo PL em 2018. O União Brasil, por sua vez, pode chegar a ter cinco representantes no Legislativo estadual, isso se ficar no comando de Capitão Wagner (PROS).

Podem migrar para a legenda do 44: a deputada Fernanda Pessoa (PSDB), o deputado Heitor Férrer (SD), além de Soldado Noélio (PROS) e Tony Brito (PROS).

João Jaime, único representante do DEM na Casa, afirmou ao Blog do Edison Silva que não teria problemas em permanecer no União Brasil.

O Partido dos Trabalhadores, depois de ter filiado 12 prefeitos cearenses, busca o ingresso de parlamentares da Casa. Augusta Brito (PCdoB) já confirmou ingresso na legenda. Outros nomes também dialogam com a agremiação. O líder do Governo, Júlio César Filho (Cidadania), é um deles, assim como Nizo Costa (PSB) e Bruno Pedrosa (PP), que havia sido rejeitado pelo partido, no ano passado, depois de ter acertado a sua filiação com o deputado federal José Guimarães. O governador Camilo Santana foi contra a filiação dele e mandou comunicar sua decisão ao comando do PP cearense. O emedebista Agenor Neto também teve diálogo com a sigla dos trabalhadores.

Um eventual ingresso de alguns nomes na sigla petista tem gerado desconfiança de determinados integrantes da agremiação, visto que nem todos têm uma relação direta com o núcleo duro do grêmio.

Nelinho, do PSDB, confirmou filiação ao MDB, depois de ter participado de um almoço ao lado do deputado federal Capitão Wagner e outros tucanos com o presidente nacional do União Brasil, deputado federal Luciano Bivar.

Outros nomes que estão conversando em busca de mudança partidária são: Audic Mota (PSB), Manoel Duca (PDT) e Zezinho Albuquerque (PDT), que já há algum tempo discutem a possibilidade de ingresso no Progressistas, o PP.

Já Apóstolo Luiz Henrique (PP) pode deixar o partido e se filiar ao PSD. No ano passado ele filiou a esposa, Bispa Vanessa Lima, à sigla. Mas afirmou que mudanças poderiam ocorrer até o prazo final da janela partidária.

Apesar de estarem conversando com outras legendas, vários deputados preferem não confirmar o ingresso em novos partidos, principalmente, porque mudanças podem acontecer no decorrer das próximas semanas.