Acrísio levou o tema da negociação com os provedores de internet à tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (23). Foto: ALECE.

O impasse com a empresa Enel, no que diz respeito à cobrança pelo uso dos postes de energia elétrica aos provedores de internet do Estado, teve mais um episódio, na manhã desta quarta-feira (23), na Assembleia Legislativa do Ceará.

Deputados criticaram a distribuidora, que segundo alguns, apesar de ter acordado suspensão do valor cobrado, teria voltado atrás e assumido que irá cobrar pelos serviços de forma gradual.

“Eu queria dizer que a Enel não cumpre acordos no Ceará”, reclamou o deputado Acrísio Sena (PT) na abertura de seu pronunciamento. Segundo ele, após mediação, que contou com membros da empresa, provedores e parlamentares da Casa legislativa, houve fechamento de um compromisso para a constituição de um grupo de trabalho visando discutir o tema. “Não tem razoabilidade você cobrar R$ 12 e passar a cobrar cinco ou seis vezes mais. A Enel diz que vai manter o diálogo, porém, quer fazer a cobrança de forma gradual”, reclamou.

Para o deputado, até o momento não foi apresentado pela empresa nenhum parâmetro para ser cobrada essa taxa majorada. “Nós temos no Ceará 916 provedores pequenos e médios, que são responsáveis por 80% do acesso à internet no Estado. Imagina a quebradeira econômica e o caos social que o aumento dessa taxação pode provocar?”, salientou.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB) destacou a postura do colega de trazer esse debate para a tribuna da Casa. “Já solicitei um requerimento de audiência pública, convidando todos esses entes citados, para que possamos negociar uma saída para essa questão”, pontuou.

Nelinho (PSDB) destacou que todos estão sensíveis e preocupados com a situação dos provedores de internet. “O posicionamento do presidente Evandro Leitão foi contundente em apoio a essas pessoas, porque estamos falando aqui de geração de empregos desses pequenos empresários”.

Delegado Cavalcante (PTB) também pautou o tema em seu pronunciamento, e afirmou que a empresa é “abominada pela grande maioria dos consumidores cearenses”. De acordo com o parlamentar, desde que a distribuição da energia elétrica no Estado passou para a concessão, um grave problema se instalou no Ceará.

“Todo mundo reclama da Enel. No meu gabinete já recebi inúmeras denúncias, todas repassadas ao Ministério Público. É uma empresa condenada a milhares de processos, tendo, apenas no ano de 2020, sido levada à Justiça em 118 mil processos de Termo de Ajuste de Conduta (TAC)”, disse.

“É um absurdo essa cobrança. Houve um levante, os empresários estão revoltados. São 100 mil empregos, diretos e indiretos, que essa gente proporciona ao Estado” – (Delegado Cavalcante)