Acilon Gonçalves, último à direita, durante encontro nacional do PL, que elegeu Capitão Augusto (PL-SP) como vice-presidente nacional do partido. Foto: Reprodução/Instagram.

O prazo da atual composição da Comissão Provisória do Partido Liberal (PL) no Ceará termina no próximo dia 10 de fevereiro em meio a incertezas sobre o comando da legenda pelos próximos dois anos. No sábado passado (29), o atual presidente da sigla, o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, participou de encontro junto ao diretório nacional da legenda, e esteve com Valdemar da Costa Neto, que comanda o grêmio em todo o País.

Depois do ingresso do presidente Jair Bolsonaro na sigla, bolsonaristas nacionais demonstraram interesse em ingressar na legenda e no Ceará não foi diferente. Atualmente, o partido possui dois deputados federais e dois estaduais. Dentre eles estão Dr Jaziel, Dra Silvana e, mais recentemente, o deputado estadual André Fernandes, que fazem oposição ao governador Camilo Santana e estão entre os principais apoiadores do chefe do Poder Executivo federal.

Por outro lado, o vice-presidente estadual do PL, o deputado federal Júnior Mano, apesar de ter boa relação com o Governo Federal, no Ceará é aliado do Governo do Estado. O mesmo posicionamento tem sido apresentado por Acilon Gonçalves, um dos principais aliados do grupo político liderado pelos irmãos Ciro e Cid Gomes, e do governador Camilo Santana. Gonçalves, porém, tem evitado qualquer confronto com Bolsonaro.

O Blog do Edison Silva entrou em contato com Acilon Gonçalves para saber se no encontro nacional houve discussão sobre o comando do partido no Estado. De acordo com ele, em Brasília, no sábado passado, discutiu-se apenas a renovação do diretório nacional e atualização do estatuto do partido, baseado nas novas regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo ele, apenas isso foi tratado na reunião, sem mais debate sobre outros temas, como a composição partidária nas demais unidades federativas.

O deputado André Fernandes, por outro lado, pretende comandar o partido no Ceará, e acredita que terá mais chances de eleger maior quantidade de parlamentares no pleito deste ano. No entanto, o interesse principal dele e de demais liberais bolsonaristas é alinhar o partido ao discurso do presidente da República. O impasse está próximo do fim, mas os embates internos ocorrerão até o prazo final para renovação do colegiado.