Dr. Jaziel (PL) tem aumentado o tom nas críticas a medidas sanitárias aprovadas no Estado e em outras partes do Brasil e do mundo. Foto: Divulgação.

Enquanto assessores próximos ao presidente da República, Jair Bolsonaro, tentam fazer com que ele reduza ataques às vacinas e às medidas para evitar proliferação da Covid-19 no Brasil, bolsonaristas cearenses insistem em apontar erros na condução do combate à pandemia no Estado.

Desde que o governador Camilo Santana (PT) anunciou mudanças no decreto que versa sobre o isolamento social no Ceará, parlamentares oposicionistas têm subido o tom contra o chefe do Executivo.

Uma das recomendações feitas pelo governador diz respeito ao adiamento, em 15 dias, do retorno das aulas presenciais. O chefe do Poder Executivo queria com isso que crianças de 5 a 11 anos pudessem retornar para as atividades educacionais já vacinadas.

O vereador de Fortaleza, Carmelo Neto (Republicanos), um dos principais bolsonaristas no Ceará, comemorou decisão dos gestores de escolares particulares de não atender aos apelos do governador.

“Camilo Santana, governador petista do Ceará, recomendou que as escolas adiassem o retorno das aulas. Os gestores escolares, num gesto de responsabilidade com as nossas crianças, decidiram não adiar nada. O calendário está mantido e as crianças vão estudar”, disse Carmelo Neto em suas redes sociais.

O deputado federal Dr. Jaziel (PL) é outro que tem aumentado o tom nas críticas a medidas sanitárias aprovadas no Estado e em outras partes do Brasil e do mundo. De acordo com ele, as crianças cearenses foram preparadas para serem “cobaias nessa experiência” em alusão à vacinação aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A OMS não recomenda a vacinação de crianças por carência de estudos e dados que atestem a eficácia e segurança das vacinas”, disse.

Sobre a redução da capacidade total de pessoas presentes em estádios de futebol, a vereadora de Fortaleza, Priscila Costa (PSC), afirmou que o governador está criando restrições para vacinados. “Muitos serão barrados mesmo com o passaporte de vacinação. É isso o que acontece quando aceitamos que um indivíduo perca a sua liberdade sem motivo justo”, publicou a bolsonarista.

“De de acordo com a nova narrativa a única utilidade das picadinhas é deixar os sintomas da doença mais leves, e não mais evitar o contágio e a transmissão, qual a necessidade da exigência de que terceiros também tenham que passar pela ‘picadinha’? O indivíduo não pode escolher?”, questionou o também bolsonarista deputado estadual André Fernandes (PL).

Todas as publicações dos aliados do presidente Jair Bolsonaro têm teor semelhante, sempre questionando a eficácia das vacinas, ainda que muitos deles tenham ido, em dado momento da pandemia, até o aeroporto de Fortaleza comemorar a chegada de imunizantes vindo de Brasília. Alguns deles, apesar das críticas frequentes, já foram imunizados, é o caso, por exemplo, de Dr. Jaziel e Carmelo Neto.