Aos 90 anos, o radialista Narcélio Limaverde faleceu nesta quarta-feira (26/01) por complicações de uma pneumonia grave. Foto: Reprodução.

Deputados da Assembleia Legislativa do Ceará lamentaram a morte, aos 90 anos, do radialista Narcélio Limaverde, na madrugada desta quarta-feira (26/01), por complicações de uma pneumonia grave. Os parlamentares destacaram o legado do comunicador para o jornalismo e a política cearenses.

Além dos deputados, vários outros políticos manifestaram pesar pela morte do comunicador, cujo corpo, depois da celebração de uma missa no local do velório, na tarde desta quarta-feira (26), foi encaminhado para cremação.

O deputado Fernando Hugo (PP) comentou que o dia começou chuvoso e escuro, assim como está o sentimento de todos com a triste partida de Narcélio Limaverde, a quem definiu como um “grande homem, grande político, grande jornalista e radialista”.

Na avaliação do deputado Manoel Duca (PDT), que foi colega de Narcélio Limaverde no período 1987-1990, em que aconteceu a Constituinte Estadual, o radialista e ex-parlamentar foi uma figura que só fez amizades ao longo da sua vida.

“Ele era uma figura maravilhosa, tranquila, não tinha inimizade com ninguém, nunca discutiu seus problemas de forma raivosa, sempre mantendo a serenidade. Nós estamos de luto, a Assembleia de um modo geral e os meios de comunicação cearense, por essa perda inestimável ao Estado”, comentou.

Para o deputado Renato Roseno (Psol), o rádio cearense e brasileiro estão de luto, ao considerar que partiu hoje uma das vozes mais significativas do jornalismo no Estado.

“A história e a vida de Narcélio Limaverde se confundem com a própria história da rádio no Ceará. Em quase 70 anos de atividade profissional, Narcélio deixou registrada a marca de rigor, generosidade, acolhimento e seriedade”, apontou, complementando que o radialista foi uma das grandes personalidades que encarnou o jornalismo como serviço público.

“No momento em que vemos a imprensa ser atacada, lembremos que Narcélio também resistiu à perseguição e à censura que tentavam calar o jornalismo durante a ditadura militar. Por isso, ele sempre estará vivendo naqueles que vivem e fazem o rádio e a comunicação publicada”, exaltou Roseno.

Outro deputado a destacar o legado de Narcélio Limaverde para a imprensa do Estado foi o líder do Governo na Casa, deputado Júlio César Filho (Cidadania). “O radialista, jornalista e ex-deputado Narcélio Limaverde é um ícone da comunicação cearense. Ele deixa um legado de um excelente trabalho realizado no rádio do nosso Estado”, endossou.

A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) lembrou que Narcélio Limaverde é uma figura com a qual tinha vínculo desde cedo, pois as famílias de ambos eram próximas. “Fazia parte de sua rotina conduzir seu trabalho com grande responsabilidade, sempre noticiando os fatos em primeira mão e preocupado com a verdade”, enfatizou.

Ela ressaltou que a participação política de Narcélio também foi marcante, já que ele participou da elaboração da Constituição Estadual de 1989, e fez parte da Mesa Diretora da AL naquela época. “Hoje o Ceará está de luto, e especialmente nós, deputados, assessores e servidores da Assembleia Legislativa, que dividimos nosso cotidiano com este grande comunicador”, lamentou.

O deputado Romeu Aldigueri (PDT) foi outro a enaltecer o legado político de Narcélio, mencionando que em 1985 o comunicador ingressou na vida pública como candidato a vice-prefeito de Paes, e em 1986 foi eleito o deputado estadual mais votado do Ceará e o primeiro colocado em Fortaleza, atuando como constituinte estadual (1988/1989).

“O resultado eleitoral demonstrou sua popularidade e reconhecimento do serviço profissional prestado à comunidade”, assinalou Romeu Aldigueri.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB) salientou que Narcélio Limaverde é uma referência no jornalismo cearense, sinônimo de ética, imparcialidade, cultura e humanidade. “Gostava de ouvir suas falas e comentários quando era entrevistado em seu programa na FM Assembleia. Aliás, não era uma conversa, era sempre uma aula”, pontuou.

Para o deputado Acrísio Sena (PT), a morte de Narcélio Limaverde deixa o povo cearense de luto, “pela sua irretocável história de vida, como profissional do rádio e homem público”. A deputada Érika Amorim (PSD) também expressou o seu pesar pela partida de um personagem tão significativo para a história da comunicação no Ceará. “A comunicação perde a narração carismática dessa que é uma das vozes mais marcantes do nosso Estado. Falo no presente pois, apesar da partida, sua memória e legado profissional ficarão sempre em nós”, finalizou.

Biografia

“Se o mundo acabar, quem vai dar a notícia será o rádio”. Essa frase foi cunhada e repetida várias vezes pelo radialista Narcélio Limaverde, voz constante das emissoras do Ceará por mais de 70 anos.

Narcélio Limaverde era casado com Helenira Leite Limaverde, deixou os filhos Sérgio, Adriana, Vládia e Narcélio Filho. Nasceu em Fortaleza/CE, a 08 de agosto de 1931. Iniciou a carreira como radialista na Ceará Rádio Clube PRE-9, em 1954, onde também ocupou a função de assistente da Direção Comercial.

Ele atuou em todas as emissoras de Fortaleza. Foi dirigente das rádios Assunção, Dragão do Mar e Jornal do Comércio, de Recife. Igualmente, dirigiu a Rádio e TV Verdes Mares e a Norton Publicidade. Foi o primeiro apresentador do telejornal da TV Ceará, canal 2, dos Diários Associados em 1960. Funcionário estadual da Secretaria do Interior e Justiça durante 20 anos. Assessor de Relações Públicas e Diretor da Teleceará, onde trabalhou 28 anos, aposentando-se em 1994.

Foi eleito deputado estadual mais votado em 1986, pelo PMDB. Ocupou cadeira de deputado constituinte estadual de 1989, tendo atuação destacada nas iniciativas voltadas às questões sociais.

Fonte: ALECE.