Parlamentares bolsonaristas voltaram a criticar o passaporte de vacinação implantado no Estado. Foto: Reprodução/YouTube.

Como era de se esperar, o novo decreto do governador Camilo Santana proibindo a realização do pré-carnaval e das festas carnavalescas de 2022, além de restringir eventos particulares, gerou uma série de posicionamentos nas redes sociais de políticos favoráveis e contrários à medida.

Aliados do chefe do Executivo destacaram a importância das ações do Governo no combate ao novo coronavírus, enquanto que a oposição, majoritariamente composta por bolsonaristas, aponta prejuízos para o setor de eventos do Estado e mantém críticas ao passaporte de vacinação.

De acordo com a decisão do Poder Executivo, no período de 30 dias, a contar da publicação do decreto, fica proibida, a realização de eventos festivos de pré-carnaval e carnaval em locais e logradouros públicos. Festas de casamentos, aniversários, formaturas e reuniões corporativas, terão reduzida a capacidade de ocupação para 500 pessoas, caso realizadas em ambientes abertos, e para 250, se realizadas em espaços fechados.

Para o deputado Acrísio Sena (PT), o governador Camilo Santana tem utilizado do diálogo e prudência para tomar suas decisões. Segundo ele, o chefe do Poder Executivo Estadual “age com base na ciência e nas orientações da OMS, colocando em ação medidas eficientes para cuidar da saúde e preservar a vida do povo cearense”.

O líder do Governo na Assembleia Legislativa, Júlio César Filho (Cidadania), corroborou com o colega do PT afirmando que Camilo tem agido com responsabilidade para preservar a vida dos cearenses. Ele lembrou, ainda, que o Hospital Leonardo Da Vinci voltará a ser hospital-referência de síndromes respiratórias, para atendimento prioritário de Covid e Influenza. “O governador continua agindo com responsabilidade para preservar a vida dos cearenses”, disse.

O grupo ligado ao presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, criticou as medidas anunciadas pelo governador do Estado. O deputado estadual André Fernandes (PL) questionou falas de Camilo Santana sobre o aumento de internação por gripe. Também afirmou que um de seus assessores tomou duas doses da Coronavac e testou positivo para Covid-19, enquanto que ele ainda não tomou a vacina. “De acordo com o governador, meu assessor pode ir para qualquer lugar, pois tem o passaporte vacinal. Eu, que não me vacinei ainda, porém testei negativo, não posso”.

A vereadora de Fortaleza, Priscila Costa (PSC), que tem liderado críticas à vacinação no Estado, chamou o passaporte de vacinação de “fraude”, pois na avaliação dela um ambiente só de vacinados não evita transmissão. Assim como André Fernandes, Priscila Costa não se vacinou contra a Covid-19.

“O Ceará tinha 1.721 leitos UTI em julho de 2021. Três meses depois, pasmem, o número caiu para 974. Hoje, Sarto e Camilo Santana anunciaram restrições que afetarão a economia, mas eles jamais irão te contar que desmontaram nosso sistema de saúde. A conta sempre sobra para o povo”, argumentou o vereador Carmelo Neto (Republicanos).

Ainda de acordo com ele, restringir o setor de eventos, que funcionava com exigência do passaporte, “comprova que a nossa liberdade foi violada a troco de nada”.

Para a deputada estadual Dra. Silvana (PL), o endurecimento de medidas de isolamento social no Ceará “é apenas a confissão do atual governo de que o passaporte sanitário foi somente um instrumento hostil e sem fundamento, usado exclusivamente como ferramenta de submissão social”.