O ministro de Relações Exteriores, Carlos França, que acompanha o vice-presidente no evento, disse que o Brasil é visto como líder em vacinação e em produção de insumos, e que isso deverá ser compartilhado entre membros da Cúpula. Foto: Reprodução/ Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão está em Cartagena das Índias, na Colômbia, onde participará da Cúpula do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul), representando o presidente Jair Bolsonaro.

Ele embarcou na manhã da última quarta-feira (26), acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

O presidente da República, Jair Bolsonaro cancelou sua participação na cúpula do Fórum por conta da realização da missa de sétimo dia de sua mãe, Olinda Bolsonaro, que faleceu na última sexta-feira (21), aos 94 anos.

O Prosul foi criado em março de 2019 para substituir a União Sul-Americana de Nações (Unasul), que existia desde 2008. Participam atualmente do bloco Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru. Três países sul-americanos não fazem parte do bloco: Bolívia, Uruguai e Suriname. A Venezuela não foi convidada para integrar o grupo.

Segundo o ministro de Relações Exteriores, Carlos França em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o bloco – que substituiu o antigo Unasul – é “um espaço de democracias que se concentra em resultados concretos”. A cúpula visa discutir a implementação de políticas multilaterais em âmbito supranacional para a região da América Latina.

França explicou que sete grupos de trabalho foram formados dentro da reunião: infraestrutura, energia, saúde, defesa, segurança, gestão de desastres naturais e meio ambiente. ”O Prosul consolidou os projetos de integração física de todos os países em uma única carteira. É um documento que servirá potenciais investidores internacionais do setor privado, podendo trazer maior investimento para nossa região”, afirmou o ministro.

Liderança em vacinas 

A pandemia influenciou a realização de vários encontros que estavam previstos na agenda do evento, informou França. O pico de contágios causado pela variante Ômicron fez com que a organização do Prosul revisasse as normas sanitárias vigentes para a segurança dos representantes. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, o Brasil é visto como líder na vacinação e na produção de insumos farmacêuticos necessários para a imunização – algo que deverá ser compartilhado com os membros do bloco.

”O Brasil saiu na frente na questão das vacinas. Todos os países no Prosul veem o Brasil como um líder nessa área e procuram maneiras de poder cooperar. O desejo do presidente [Jair Bolsonaro] é poder contribuir com os países que precisam de vacina e não têm”, disse o diplomata.

Entre os possíveis ganhos com a parceria entre os países vizinhos, França elencou a facilitação do turismo e da aceitação de documentos de caráter nacional, como habilitações para guiar veículos. O ministro também afirmou que há forte interesse na implantação de fibra óptica na região amazônica – pauta que faz parte do projeto de inclusão digital e ampliação de telecomunicações no Brasil. “Os ganhos são expressivos”, acrescentou o ministro.

Carlos França também tratou sobre a possibilidade de entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com o convite feito na última terça-feira (25) pelo grupo. ”O Brasil na OCDE representa um selo de qualidade. Sobretudo, atende a reclamos da sociedade brasileira de maior transparência, melhor governança pública e formas efetivas de combate à corrupção”.

O ministro esclareceu que há um processo de seis etapas para efetivar a adesão brasileira ao bloco. O Brasil precisará, durante o processo, aderir a instrumentos e normas específicas da OCDE para que possa ser formalmente integrado. ”Esse é um processo de até quatro anos. Mas eu estimaria que até em dois anos poderíamos nos adaptar aos padrões da OCDE”, disse França.

Fonte: Agência Brasil