Ciro falou para uma plateia reduzida por conta da pandemia do novo coronavírus. O evento se realizou de forma on-line. Foto: Divulgação.

O presidenciável Ciro Gomes participou no fim da tarde de sexta-feira (21) da convenção nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), quando oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República. Durante discurso, o pedetista teceu críticas a ex-presidentes, adversários políticos e apresentou uma série de propostas ao Brasil. Ciro prometeu taxar as grandes fortunas, mudar a política de custos da Petrobras para o brasileiro comprar combustível menos caro, além de outros projetos considerados indispensáveis.

Uma das críticas mais contundentes do líder político foi ao programa de teto de gastos instituído no Governo de Michel Temer, o qual ele disse que prejudica apenas os mais pobres. Ciro Gomes afirmou que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro (Podemos), não é apenas um adversário político, mas um inimigo da democracia.

“Sérgio Moro faz de tudo para esconder seu fracasso. Contribuiu para a eleição do Bolsonaro. Depois de ser lambe-botas do Bolsonaro, agora está sendo investigado. Ele não cansa de tentar transformar farsa em heroísmo. É inimigo da democracia”, disse.

Ainda de acordo com Ciro, as políticas econômicas implementadas nas gestões do ex-presidente Lula e do atual presidente Jair Bolsonaro, apesar das diferenças ideológicas entre os dois, acabaram por beneficiar os mais ricos e prejudicar os mais pobres.

Ciro Gomes voltou a prometer resolver o problema de endividamento da população, promessa feita ainda em 2018. Afirmou que vai mudar a política de preços da Petrobras, bem como implantar um plano emergencial de pleno emprego, Internet do povo, cursos de capacitação e profissionalizante de games, “projeto minha escola, meu emprego, meu negócio”, investir em escolas em tempo integral, reforma urbana e regularização fundiária, além do  programa renda mínima.

O pré-candidato também defendeu a implantação de estoques reguladores de alimentos, atenção prioritário ao meio ambiente e combate à corrupção.

Veja algumas falas de Ciro durante o evento:

“Até o termo esquerda foi corrompido em nosso país. Nos empurraram para o quintal do mundo, sem inclusão nas discussões internacionais. Essa enganação e manipulação resultaram na tragédia do  Governo Bolsonaro”.

“O modelo econômico que copiaram nos trouxeram para esse beco sem saída. Esse desmonte já vem de muito tempo. O Lula distribuiu as sobras aos mais pobres e os ricos lucravam com a inflação. Eles continuam a enganar letrados e iletrados. Eles repetem as velhas mentiras econômicas e políticas, querem se eleger com o falso discurso de paz e amor”.

“Os erros acumulados levaram a maioria do povo a voltar enganado nesse louco farsante que aí está. Temos hoje o mesmo modelo apoiado no conchavo e corrupção. Todos lançaram juranero no fogo da volúpia. Mentiram e mentem. Governam de costas para o povo. Existe uma falsa versão de unidade nacional. As uniões nacionais são lindas quando são transparentes e corretas. E desastrosas quando feitas por conchavo. Sabemos quais os inimigos: é o combate à fome, violência, desemprego, baixa educação, destruição das pessoas e do meio ambiente. Quero apresentar um modelo de projeto moderno de desenvolvimento que modifique a política de juros altos, com inflação controlada sem déficit fiscal. Sei da importância do país viver sem déficit fiscal. Sei que é possível equilíbrio sem sacrificar os mais pobres como hoje”.

“Esse tal teto de gastos é maior fraude contra o povo. Isso é um roubo. Prometo acabar com o teto de gastos, essa peça de ficção fraudulenta”.

“Lula optou pelo encarceramento em massa de jovens, sem ir à raiz da criminalidade. Nada mais rebelde e esperançoso do que uma verdadeira democracia, capaz de garantir as desigualdades. Precisamos chamar o povo para mediar os conflitos. A democracia não pode chamar o povo apenas a cada quatro anos para votar. Não pode se limitar as eleições”.

Veja trecho do discurso de Ciro Gomes: