Deputado Capitão Wagner é o único nome da oposição, até o momento, que se colocou como pré-candidato ao Governo do Estado. Foto: Reprodução/Instagram.

Faltando pouco mais de nove meses para as eleições gerais deste ano, somente dois partidos, até o momento, apresentaram nomes à sucessão do Governo do Ceará, Camilo Santana (PT). Apesar das mais variadas articulações nos bastidores da política local, poucas são as legendas que, por enquanto, se propõem a indicar postulantes ao cargo de governador do Estado.

Do lado da oposição, o deputado federal Capitão Wagner (PROS) vem, desde o ano passado, se apresentando como pré-candidato ao Governo. O parlamentar é o que mais debates têm feito com seus correligionários, visitas ao Interior do Ceará e dialogado com legendas que não fazem parte do arco de alianças da base governista.

Presidente do PROS Ceará, o dirigente aguarda decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a fusão entre o DEM e PSL, e espera presidir o novo partido, União Brasil, fruto dessa junção. Caso ele consiga esse feito, terá a seu favor uma agremiação robusta, com recursos necessários para investimento em uma candidatura majoritária.

Além do União Brasil, Wagner pretende, ainda, ter o apoio de Podemos, PL, PROS, DC, PSC, Avante e Republicanos. Este último, porém, tem buscado diálogo com partidos da base governista e não é certa sua participação no arco de alianças da oposição.

Do outro lado, o PDT, partido com maior representação no Estado, apresentou quatro nomes para tentar disputar a vaga de governador do Ceará. São eles: o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio; a vice-governadora, Izolda Cela; o deputado federal Mauro Filho e o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão.

Vez ou outra um aliado também cita o senador Cid Gomes como um potencial quadro para voltar a disputar o cargo de chefe do Poder Executivo cearense.

No ano passado, a sigla pedetista iniciou uma série de encontros regionais em busca da unidade de seus quadros bem como apresentar os pretensos candidatos a seus correligionários. Em 2022, esses diálogos devem ser intensificados. É certo na base governista que o nome que disputará a sucessão de Camilo Santana sairá do PDT. A discussão, no momento, diz respeito àquele que deve compor a chapa majoritária como vice junto ao postulante pedetista.

Bolsonarismo

Além dessas duas forças políticas, somente o PSOL demonstrou interesse em apresentar um nome para a disputa majoritária no Ceará. Aliás, há uma corrente que defende essa tese, como vem ocorrendo já há algum tempo. No entanto, existe uma defesa dentro da sigla de unidade contra o avanço do bolsonarismo no Ceará, a exemplo do que aconteceu no segundo turno das eleições de 2020, quando PSOL e PT se uniram à candidatura de Sarto, do PDT, que foi eleito.

Após filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal, em dezembro passado, o atual presidente do PL no Ceará, o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, chegou a se colocar como pretenso candidato ao Governo do Estado. No entanto, a pretensão do dirigente pode ser interrompida quando o grupo bolsonarista assumir o comando da agremiação, o que deve ocorrer em fevereiro próximo.

Nas últimas eleições, o número de candidatos à disputa ao Governo do Estado variou entre quatro e seis. Veja:

2006

PSB – Cid Gomes (eleito)
PSDB – Lúcio Alcântara
PSOL – Renato Roseno
PSDC – Coronel Gondim
PL – José Maria de Melo
PCO – Salete Maria da Silva

2010

PSB – Cid Gomes (eleito)
PSDB – Marcos Cals
PR – Lúcio Alcântara
PV – Marcelo Silva
PSOL – Soraya Tupinambá
PSTU – Francisco Gonzaga

2014

PT – Camilo Santana (eleito)
PSOL – Ailton Lopes
PSB – Eliane Novais
PMDB – Eunício Oliveira

2018

PT – Camilo Santana (eleito)
PSOL – Ailton Lopes
PSDB – General Theophilo
PSL – Hélio Góis
PSTU – Francisco Gonzaga