“Se foi decidido desse jeito, os que decidiram são um bando de burros, que não entendem coisa nenhuma”, disse Carlos Mesquita. Foto: Arquivo/CMFor.

As mudanças no processo de votação da Câmara Municipal de Fortaleza motivaram mais uma discussão entre vereadores na manhã desta quarta-feira (01/12). Durante o embate, o vereador Carlos Mesquita (PDT) chegou a chamar de “bando de burros” aqueles que decidiram pela alteração, que foi colocada em  prática desde o ano passado, devido o processo de pandemia de coronavírus na cidade.

Há cerca de duas semanas, em votação de um requerimento de homenagem a um movimento bolsonarista no Estado, vereadores de oposição questionaram o processo realizado, suspeitando, inclusive, de votos que foram registrados pela Mesa Diretora, como comumente ocorria até então. Por conta disso, o presidente da Casa, Antônio Henrique (PDT), decidiu que, a partir daquele momento, a secretaria das sessões ordinárias não iria registrar os votos solicitados pelos parlamentares.

Diante disso, a votação ocorrida nesta quarta-feira (01) teria que ser feita pelo aplicativo disponibilizado para os vereadores, visto que as sessões ocorrem de forma híbrida, e os votos não estão sendo registrados pelo sistema interno do Plenário Fausto Arruda. Ocorre que pelo menos dois parlamentares, Carlos Mesquita e Carmelo Neto (Republicanos), tiveram dificuldades com seus dispositivos, e seus votos foram prejudicados.

Segundo Adail Júnior (PDT), que presidia a sessão, a decisão de não se aceitar o registro de voto solicitado à presidência foi acordada entre os 43 vereadores da Casa, por conta de questionamentos feitos pela bancada de oposição. Ele disse ainda ser contra o processo de plenárias híbridas, defendendo o retorno das sessões 100% presenciais.

Carlos Mesquita, por sua vez, demonstrou descontentamento com a decisão de seus pares e disse que a forma como está ocorrendo é falha. “Não posso votar porque meu celular está com problemas, meu voto pode ser decisivo e não posso votar porque não tem o celular. Se foi decidido desse jeito, os que decidiram são um bando de burros, que não entendem coisa nenhuma. A decisão foi erradíssima”, apontou.

Veja a fala de Carlos Mesquita:

Transparência

O presidente da Casa, Antônio Henrique, mais uma vez, teve que ir até o plenário para tentar acalmar os ânimos de seus pares. Segundo ele, o modelo atual de votação garante a segurança e transparência do trabalho dos vereadores. “A Câmara Municipal dá segurança ao sistema de votação. Se o vereador tem dúvida, temos nossa equipe para tirar sua dúvida. O que desautorizei, através do Colégio de Líderes, é que essa votação seria feita pela Mesa para evitar que venham questionar nossa votação”, disse.

Antônio Henrique afirmou ainda querer evitar que o vereador faça registro de votos na Mesa e causar qualquer dúvida sobre a votação na Casa. “Queremos mostrar a transparência, segurança e garantia de todos os vereadores possam votar. Se for o caso, o vereador pode utilizar outro aparelho (celular)”.

No caso específico envolvendo Carlos Mesquita e Carmelo Neto, o presidente destacou que a votação poderia ser feita em qualquer canal existente no plenário. A explicação, porém, não agradou a todos os presentes.