A OAB Nacional encaminhou um ofício ao Ministério da Educação em que pede a suspensão dos processos de autorização de cursos de Direito a distância, por 180 dias, e a criação de um Grupo de Trabalho para definir um marco regulatório para a modalidade.
A demanda foi elaborada por representantes de associações ligadas à educação e dirigentes de instituições de ensino superior após encontro com o presidente da Comissão Nacional de Ensino Jurídico do Conselho Federal, Marisvaldo Cortez Amado.
Os principais pontos em debate foram a abertura desenfreada dos cursos de Direito pelo país, a fragilidade técnica dos parâmetros observados pelo Ministério para conferir a nota máxima de qualidade a um curso, os pedidos de algumas instituições de ensino superior para um volume demasiadamente grande de vagas de Direito — em alguns casos até 30 mil — e, principalmente, a oferta do curso de Direito 100% na modalidade a distância, através do ensino remoto.
Cortez Amado destacou que a Ordem não é contrária ao ensino remoto e nem à massificação do acesso ao ensino presencial, porém a qualidade do ensino passa a ser questionável. “Nossa preocupação é com o profissional que a sociedade vai receber. Qual o nível de quem vai chegar ao mercado, cuidar do patrimônio do cidadão, dos seus direitos, da sua liberdade, de sua própria vida? Há a possibilidade de ser oficializado ao Ministério um volume de pedidos da ordem de 1 milhão de vagas a distância em Direito”, reforçou.
Os próprios representantes de associações representativas e de instituições de ensino afirmaram no encontro que a precaução da OAB não configura reserva de mercado, mas sim um mecanismo na busca de garantir a qualidade dos profissionais do direito que chegam ao mercado.
Fonte: site ConJur.