Vereador Carmelo Neto (Republicanos) ainda está no aguardo de orientações do presidente da República sobre a situação dos seus correligionários no Ceará. Foto: Reprodução/Instagram.

Apesar de o atual presidente do Partido Liberal (PL), Acilon Gonçalves, ter afirmado que se mantém como dirigente da agremiação, inclusive, se apresentando como pretenso candidato ao Governo do Estado, parlamentares bolsonaristas acreditam que a saída dele e seu grupo político da legenda é apenas questão de tempo. Para eles, não há como a legenda continuar apoiando o presidente Jair Bolsonaro em nível federal e permanecer alinhada com o governador Camilo Santana (PT) e os irmãos Ciro e Cid Gomes no Ceará.

No fim de novembro passado, após o presidente Jair Bolsonaro se filiar ao PL, representantes dele no Estado destacaram mudanças que ocorreriam na legenda, principalmente, no que diz respeito a uma inclinação para as pautas defendidas pelo chefe do Executivo nacional.

No entanto, logo após a filiação, Acilon Gonçalves afirmou que permanecerá na presidência do partido no Ceará, que não aceitará extremistas na sigla e colocou seu nome à disposição para a sucessão de Camilo Santana.

Blefe

Uma das principais entusiastas do ingresso de Bolsonaro no PL, a deputada Dra. Silvana (PL) afirmou que o presidente do partido no Ceará “blefou” ao dizer que pode ser candidato. Segundo ela, o próprio presidente nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto, garantiu alinhamento com Jair Bolsonaro e apoio a uma eventual candidatura de Capitão Wagner (PROS) no Ceará.

“A tática do Acilon é se valorizar com o grupo do governador. Não é uma estratégia ruim, mas não consegue se sustentar”, disse.

Para a parlamentar, não haverá qualquer impedimento para que o dirigente continue no comando do partido, caso apoie Bolsonaro e Capitão Wagner no pleito de 2022. No entanto, ela não acredita nesta possibilidade. O PL, assim como a maioria das legendas no Ceará, ainda é uma comissão provisória, podendo ter sua direção destituída a qualquer momento.

Segundo o vereador Inspetor Alberto (PROS), atualmente há uma “resistência” por parte do grupo de Acilon, que segundo ele, “aos poucos vai se sufocando”. De acordo com o parlamentar, não há espaço na legenda para aliados dos irmãos Ciro e Cid Gomes. “Eu irei para o PL, irei acompanhar meu presidente. É apenas questão de tempo para assumirmos o poder”, disse.

O deputado estadual André Fernandes (Republicanos), pretenso candidato a deputado federal, tem sinalizado interesse em comandar o partido no Estado, e para isso vem dialogando com forças nacionais da agremiação. “Estamos cansados de traidores, não podemos admitir mais erros como aconteceu em 2018. Peço a Deus, todos os dias, para que o partido aqui no Ceará, fique em boas mãos”, defendeu Alberto.

Ao Blog do Edison Silva, o vereador Carmelo Neto (Republicanos) afirmou que ainda está no aguardo de orientações do presidente da República sobre a situação de seus correligionários no Ceará. Ele, assim como outros bolsonaristas no Estado, pretende ingressar no mesmo partido ao qual se filiou Bolsonaro.