Acilon (em pé) fez o anúncio no início da tarde desta quarta-feira (01/12) em coletiva de imprensa. Foto: Reprodução/Instagram.

Como o Blog do Edison Silva adiantou, o grupo político liderado pelo prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, deve se manter no comando do Partido Liberal (PL) no Ceará. A confirmação foi feita pelo próprio dirigente, em entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (01/12), quando ele afirmou ainda a pretensão de colocar seu nome para a disputa à sucessão do Governo Camilo Santana (PT).

Segundo Gonçalves, o PL tem um projeto para o Ceará e pretende apoiar um nome para o Governo do Estado em 2022. Em não aparecendo alguém que atenda as necessidades desse projeto, o gestor se colocou como alguém com interesse para a disputa eleitoral do próximo ano, inclusive, destacando que já vem conversando com lideranças políticas de várias regiões do Ceará.

Acilon Gonçalves e Júnior Mano devem continuar no comando do PL Ceará

Sobre a permanência no comando do partido, ele frisou que isso foi negociado com o presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, que garantiu poderes de comando de Acilon no Estado. A informação vai de encontro ao que alguns parlamentares bolsonaristas desejam para o Ceará após a filiação do presidente Jair Bolsonaro, ocorrida na terça-feira (30) passada.

A deputada estadual Dra. Silvana defende que o PL passe a atender às pautas do chefe do Executivo Nacional, o que parece que não vai ser nos próximos meses no Ceará.

Acilon Gonçalves iniciou a entrevista coletiva destacando os feitos de sua gestão nas áreas de Educação, Saúde, Saneamento e Transporte, e afirmando que toda sua administração estão em consonância ao que rege o estatuto do PL desde sua fundação, em 1985. O dirigente afirmou, também, que não vai aceitar extremismos no partido, sejam de esquerda ou direita, salientando que defende uma candidatura de centro no Estado.

Questionado sobre qualquer implicação da filiação de Bolsonaro nas decisões do PL Ceará, ele lembrou que não há verticalização na federalização política e que é possível haver entendimento na conjunção local diferente do que ocorre em nível federal. “O partido está aberto para receber todas as pessoas que desejarem comungar um sentimento democrático, e nesse sentido, iremos discutir caso a caso. Teremos plenárias animadas, mas todas chegando a uma resolução democrática”, defendeu.

“Estou no comando do partido, mas acima de tudo, represento uma conjunção de pessoas, eleitores ou não, de políticos com mandatos ou não. E nessa conjuntura estarei em defesa dela, estando ou não em um partido. Hoje, asseguro que tenho poderes constitucionais definidos por Lei e do partido, que respeita a Lei eleitoral federal para representar o partido” – (Acilon Gonçalves)

Acilon descartou a possibilidade de duplos palanques em nível estadual, destacando que o interesse do partido será apoiar um candidato a governador que defenda as bandeiras que estão registradas no estatuto partidário. “O PL está na base de todos os que estão defendendo esses interesses, os direitos do povo. E apoiamos o prefeito (de Fortaleza, Sarto) porque fechamos compromisso de melhoria  da vida das pessoas”, disse quando questionado sobre alianças locais.

“O mundo está contra o radicalismo. O radicalismo não leva a lugar nenhum. Somos contra o radicalismo de um lado e de outro. Temos que marchar sempre no centro para fazer o dialogo sem radicalização. Essa é a nossa política. É assim que trataremos essa questão e é assim como será tratado. E vamos sugerir em nível de Brasil” – (Acilon Gonçalves)

Ainda de acordo com ele, nenhuma “carta branca” foi dada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, para atuar no comando de diretórios estaduais. “Mais uma informação distorcida”, disse. Sobre os bolsonaristas do Ceará, Acilon afirmou que até o momento não foi procurado por nenhum deles. “Em querendo se filiar, venham. Serão bem vindos”, adiantou.

Camilo Santana

Ele destacou, ainda, que vem conversando com todos os políticos locais, e sinalizou que, caso o deputado federal Capitão Wagner (PROS) se filie ao PL, terá direito a expor interesse em candidatura ao Governo do Estado. “A única possibilidade de não dialogar é o partido tendo candidatura própria. Inclusive, eu coloco o meu nome como candidato a governador no próximo ano. A ideia é conversar com outros partidos, mas em sendo impossível essas tratativas, passaremos a viabilidade de ter candidatura própria, podendo ser de quem ainda vai entrar. Mas pode ser a minha”.

Questionado sobre a manutenção da aliança com o governador Camilo Santana, Acilon afirmou que nada muda. Ainda segundo ele, o partido terá participação ativa na eleição do próximo ano, apoiando alguém ou tendo o seu candidato. “Não ficará à deriva por falta de nomes. A gente tem conversado com pessoas do Inhamuns, do Cariri, de todas as regiões. Por isso conhecemos os anseios do Ceará que escuta essas lideranças a cada dia”.