Enquanto Ana Paula solicitou respeito aos partidos, Jorge Pinheiro defendeu o direito de fala. Foto: CMFor.

Já há algum tempo o clima na Câmara Municipal de Fortaleza segue tenso e as discussões têm sido cada vez mais acaloradas, seja entre oposição e base ou até por aqueles que se encontram no mesmo grupo político.

Questões de ordem ideológica, muitas das vezes, estão dando tom do debate. Na manhã desta quinta-feira (18), durante sessão na Casa, a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) defendeu o respeito às instituições partidárias. No entanto, nem todo mundo entendeu seu posicionamento como algo positivo para o Legislativo da Capital cearense.

A discussão teve início logo após a vereadora Priscila Costa (PSC) ter utilizado termos considerados pejorativos por Ana Paula, ao se dirigir a membros do PT e do PSOL. Em sua fala, Costa chamou o vereador Ronivaldo Maia de “vereador do dragão vermelho”, que é a forma que outro parlamentar, Jorge Pinheiro (PSDB), tem tratado a sigla petista. Ainda no pronunciamento, a parlamentar tratou a sigla pesolista de “partido do solzinho”.

De acordo com Ana Paula, a representatividade indireta se dá através das eleições, onde o povo vota em representantes que são filiados a partidos políticos. Por isso, ela defendeu o respeito às agremiações.

“Não sou do PSL e não sou do PT. Por isso peço para retirar dos anais da Casa as palavras pejorativas como ‘dragão vermelho’ e ‘psolzinho’. Essa Casa precisa manter o respeito com os partidos. Vou solicitar que, a partir de hoje, possamos tratar com respeito as instâncias partidárias que representamos nesta Casa”, disse.

Em contrapartida, Priscila solicitou que a taquigrafia retirasse também os termos “negacionistas” e “genocidas”, que segundo ela, são utilizados por alguns parlamentares. Presidindo a sessão, a vereadora Kátia Rodrigues (Cidadania) solicitou que os termos citados fossem retirados dos Anais da sessão.

No entanto, o vereador Jorge Pinheiro não concordou com a ação e criticou a solicitação feita por Ana Paula. De acordo com ele, os parlamentares podem usar a tribuna para falar sobre qualquer assunto, sem que tenham seu direito cerceado. “Se eu quiser chamar um partido de ‘dragão vermelho’, eu chamo. Eu respeito o desejo da vereadora de opinar, mas querer dizer quem fala e não fala? É somente sua opinião. Não é a senhora quem manda no meu mandato. Enquanto não tivermos uma ditadura, temos que respeitar a constituição federal e a lei orgânica do município”, disparou.