”Há uma série de questões a serem respondidas pela defesa do senador Davi Alcolumbre, mas são denúncias muito graves”, pressiona o senador Carlos Viana. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado.

Durante as votações em Plenário na quarta-feira (3), os senadores Carlos Viana (PSD-MG), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e Rose de Freitas (MDB-ES) comentaram recente reportagem da revista Veja que aponta irregularidades no gabinete do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) relacionadas a contratação de pessoal.

”O Senado não pode deixar de se manifestar sobre a publicação de uma revista nacional envolvendo o ex-presidente [do Senado] Davi Alcolumbre, com as denúncias de uso indevido de verbas no gabinete. É uma questão de esta Casa dar uma resposta à sociedade. Nós precisávamos nos manifestar desde o dia da publicação dessa matéria, inclusive com muitos documentos. Há uma série de questões a serem respondidas, naturalmente, pela defesa do senador Davi Alcolumbre, mas são denúncias muito graves. Nós não estamos falando de pretérito, de ações antes da posse; nós estamos falando de ações durante a presença e o mandato de senador. É delicado, é difícil, mas nós não podemos deixar que esse assunto deixe de ter uma resposta satisfatória à população”, afirmou Carlos Viana, que também cobrou posicionamento da Presidência do Senado.

Oriovisto Guimarães pediu que o Conselho de Ética do Senado retome suas atividades o mais rapidamente possível. Ele também sugeriu que Davi Alcolumbre peça licença temporária da presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) para se dedicar à defesa contra as acusações.

A sugestão de licença também consta de nota oficial assinada por toda a bancada do Podemos no Senado.

”Davi Alcolumbre está com problemas, está com problemas sérios, problemas políticos, problemas quanto a responder acusações graves que uma revista de circulação nacional faz contra ele, acusação essa que está longe de ser vazia, acusação que tem testemunhas, que tem documentos e que precisa ser respondida. A minha imagem como político está em jogo. A sua imagem está em jogo. A imagem do Senado está em jogo. Nós não podemos ficar nesse silêncio sepulcral sobre esse assunto”, afirmou Oriovisto.

Ele acrescentou que não está prejulgando o colega, mas disse que Alcolumbre precisa se defender perante o Conselho de Ética da Casa.

”E desejamos felicidades a Davi. Que ele consiga, realmente, provar a sua inocência. Ninguém quer condená-lo, mas não podemos permanecer no impasse em que estamos”, acrescentou Oriovisto.

Por sua vez, Rose de Freitas solidarizou-se com Alcolumbre e criticou possíveis prejulgamentos contra o colega. ”Hoje eu vi o tratamento que foi dado, inclusive um prejulgamento, ao senador Davi, que foi nosso presidente durante dois anos, que trabalhou arduamente, que deu muito sentido ao trabalho que fez nesta Casa. Eu queria que todas as pessoas e todos nós esperássemos que ele se pronuncie, que ele venha a público. Ele tem direito a essa defesa e o fará, certamente. Digo que nem todas as acusações que se fazem contras as pessoas são verdadeiras. Vivo este momento no meu estado, e ninguém nunca me viu proferir uma palavra sobre isso. (…) Eu quero dizer ao senador Davi, se estiver me ouvindo, que é difícil ficar calado. É difícil esperar que a Justiça se pronuncie, mas que tenha no seu coração a serenidade e tenha a sua verdade, porque ela deve servir para alguma coisa neste país. Tem que servir!”, afirmou Rose.

Quando da publicação da matéria da revista Veja, Davi Alcolumbre divulgou nota negando envolvimento com qualquer irregularidade e disse estar sendo vítima de ”uma campanha difamatória sem precedentes”.

”Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, de que somente tomei conhecimento agora, por ocasião desta reportagem. Tomarei as providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os fatos. Continuarei exercendo meu mandato sem temor e sem me curvar a ameaças, intimidações, chantagens ou tentativas espúrias de associar meu nome a qualquer irregularidade”, diz ele na nota.

Fonte: Senado Federal.