Governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e a Vice-governadora, Izolda Cela (PDT). Foto Divulgação.

O governador Camilo Santana, para ser candidato ao Senado em 2022, como tudo indica será, renunciará ao mandato no dia 2 de abril vindouro, portanto daqui a apenas 5 meses. Ele não vai ter mais tempo sequer para inaugurar a metade das areninhas que contratou para quase todos os municípios do Estado, assim como várias outras obras. Pela legislação eleitoral vigente, sequer das inaugurações ele vai poder participar. O Ceará, a partir daquela data passará a ser governado pela atual vice-governador, Izolda Cela.

Izolda, dependendo da realidade política entre a sua posse como chefe efetiva do Executivo estadual e a realização das convenções partidárias que homologarão as candidaturas, em julho de 2022, poderá ser a indicada pelo grupo governista para disputar o Governo do Estado, como já agora tem sido apontada por alguns pedetistas. De fato, hoje, o nome mais forte do grupo é o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, por sinal já em plena campanha e o que parece, com o aval de quem decide no PDT, no caso os irmãos Ciro e Cid Gomes.

A vice-governadora, hoje, talvez seja dos integrantes do esquema governista a pessoa menos afetada com a sucessão estadual, embora seja ela, como candidata ou não, uma das peças mais importantes para o sucesso eleitoral do grupo. Como cuidará do Governo nos nove meses restantes do mandato, não preocupa ao comando central do grupo, muito menos ao próprio governador Camilo Santana, que, por postular um cargo majoritário, o de senador, terá que concentrar suas atenções apenas em reunir o maior número de apoios para conquistar realmente o mandato, embora agora seja o favorito sem concorrente, pois não se conhece, até o momento, nenhum outro cearense com condições de competitividade que seja o seu adversário.

O senador Tasso Jereissati poderá vir a ser um concorrente de Camilo. Ele não tem sinalizado nesta direção, mas empenhou a sua palavra de dedicar todas as suas forças para soerguer o PSDB do Ceará, ao anunciar sua licença por 4 meses do mandato de senador. Hoje, e por todo o mês de novembro, Tasso está empenhado na vitória do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nas prévias do partido que escolherá o candidato da agremiação à Presidência da República. E se Eduardo Leite vencer o seu principal concorrente, o governador de São Paulo, João Doria, Tasso mais razão terá de empenhar-se na formação do palanque tucano no Ceará. E um palanque forte do PSDB no Ceará, óbvio, não existe sem o Tasso.

Mesmo com Tasso tentando a reeleição, pela estrutura partidária formada por PDT, PSD, PP, PT e outros, além da máquina governamental, Camilo continua sendo o favorito, dependendo, naturalmente, dos acontecimentos da política nacional que, mesmo com pequena interferência no Estado, tende a influir de algum modo no processo. Camilo deixará o Governo, mas a estrutura de Governo não o deixará, caso não surja um furacão capaz de alterar todo o esquema político construído até hoje pela aliança do PDT com o PT e demais aliados. As arengas de uns poucos petistas não serão capazes de tumultuar o quadro atual, embora tenham intenção de fazê-lo para prejudicar mais o próprio governador e menos os pedetistas para os quais direcionam suas armas de curto calibre.

Camilo, nos próximos cinco meses, há de trabalhar mais aceleradamente para cumprir os compromissos políticos com deputados e prefeitos. Há muito ainda a ser feito. Ainda existem insatisfações que precisam ser superadas. A eleição majoritária, por ser bem diferente da proporcional, o candidato precisa estar de bem com as lideranças políticas, de fato as principais condutoras dos votos. O ex-senador Eunício Oliveira que o diga, embora tivesse contado com o apoio irrestrito do governador Camilo. Ele chegou a esnobar outras lideranças, certo de que bastaria o apoio de Camilo. Este, sem dúvida, aprendeu a lição. No pleito majoritário cada liderança é muito importante e assim, para evitar surpresas, o governador trabalhará nos próximos cinco meses a consolidação dos seus apoios.

Veja comentário do jornalista Edison Silva sobre a construção da candidatura de Camilo Santana ao Senado: