Líder de igreja evangélica, deputado Luiz Henrique tem apresentado matérias de teor comportamental. Foto: ALECE.

O deputado estadual Apóstolo Luiz Henrique (PP) continua sua “cruzada” contra o que ele denomina de “ideologia de gênero” e destacou, na manhã desta quinta-feira (25) na Assembleia Legislativa do Ceará, a tramitação de projeto de sua autoria que proíbe o ensino de temas relacionados à comunidade LGBTQIA+ nas escolas públicas e privadas do Ceará.

De acordo com ele, a medida tem sua importância, uma vez que em sua avaliação, “setores de esquerda tentam obrigar a população a aceitar essa ideologia”.

O termo “ideologia de gênero” tem sido cunhado por setores conservadores da sociedade para apontar todas as pautas de interesse da comunidade LGBTQIA+. De acordo com políticos nas casas legislativas, principalmente os religiosos, há um interesse por parte desse movimento de propagar suas ideias, o que ocorreria nas salas de aula.

Henrique citou, por exemplo, um caso ocorrido recentemente na Bahia, em que um professor teria estimulado alunos a se beijarem em troca de pontos nas notas. “Trata-se de uma minoria, mas nós, que somos tidos como conservadores e tradicionais, temos bom senso e não vamos contra o que diz a ciência e a palavra de Deus”, destacou.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB) corroborou com o colega e disse que mesmo sendo filiado ao Partido Comunista do Brasil é cristão e defende os princípios de sua religião. Ele disse discordar tanto do estímulo das práticas homossexuais quanto da homofobia. “É preciso haver um equilíbrio e, da mesma forma que há setores da direita extrema que estimulam a homofobia e a violência, há setores extremos da esquerda que fazem apologia. É preciso haver diálogo entre as duas partes para que haja equilíbrio”, defendeu.

Vedado

De acordo com o projeto do parlamentar evangélico, é vedado na rede pública de ensino de âmbito estadual e nas entidades privadas do Estado do Ceará, “por parte dos orientadores, diretores, coordenadores e qualquer funcionário subordinado a rede pública ou particular, a institucionalização acerca de conteúdo curricular ou transversal e orientação pedagógica de orientação sexual que cause ambiguidade na interpretação e que possa comprometer, direcionar ou desviar a personalidade natural biológica e a respectiva identidade sexual da criança e do adolescente”.

Quer vedar ainda a veiculação de conteúdo que possa constranger ou que venha a intervir na direção da sexualidade da criança e do adolescente. Segundo o texto, o planejamento educacional deverá abordar matérias que garantam a neutralidade ideológica, respeitando os direitos da família e dos educandos, a receberem a orientação sexual de acordo com as convicções morais de seus pais ou responsável legal.

Veja trecho do discurso do deputado Apóstolo Luiz Henrique (PP):