Carmelo Neto apresentou levantamento da arrecadação do ICMS no Ceará de 2016 a 2019. Foto: CMFor.

O aumento no preço dos combustíveis no Brasil voltou a ser tema na Câmara Municipal de Fortaleza, na manhã desta quarta-feira (13). Os vereadores alinhados com o presidente Jair Bolsonaro resolveram se unir em torno do tema e cobraram do governador Camilo Santana ações que possam reduzir o valor do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS) sobre esses produtos.

Sargento Reginauro (PROS) afirmou que a população aguarda um gesto de Camilo, que em sua avaliação, “fica jogando a responsabilidade para o presidente Jair Bolsonaro”. Na avaliação do parlamentar, a arrecadação do Ceará em cima dos combustíveis e seus derivados “tem crescido absurdamente”.

O vereador apresentou na tribuna do plenário Fausto Arruda um cupom fiscal de um morador de Fortaleza, que teria abastecido R$ 352 em gasolina, sendo R$ 102 apenas de imposto estadual. “O governador Camilo, que é chefe de um Estado que se vangloria pela sua condição fiscal, deveria fazer um gesto e reduzir o ICMS como outros estados estão fazendo. É um absurdo o que estamos vendo na arrecadação do ICMS e o governador faz de conta que não pode fazer nada”, disparou.

Líder da oposição, Márcio Martins (PROS) foi na mesma linha que Reginauro e disse que na disputa entre os governadores e o presidente da República, entre quem tem culpa na situação, o cidadão é quem está sofrendo. Ele lembrou episódio em que Bolsonaro desafiou os gestores a zerarem seus impostos estaduais ao que esses responderam que tudo não passava de falácia do chefe do Executivo. “Mas qual foi o gesto positivo que o governador Camilo fez em relação aos combustíveis? Se a responsabilidade é do presidente da República, ele como governador não fez nada”.

Petrobrás

Carmelo Neto (Republicanos) também fez parte do coro dos bolsonaristas críticos a Camilo Santana no tema sobre combustíveis. Ele apresentou um levantamento sobre a arrecadação do ICMS no Ceará de 2016 a 2019, saltando de R$ 133 milhões para R$ 1,3 bilhão, e usou os dados como justificativa para que o governador atuasse para minorar o aumento do combustível no Ceará. “O momento é de ter sensibilidade social com a gasolina nas alturas. Importante que os govenadores tenham essa sensibilidade”, defendeu.

Coube ao vice-presidente da Câmara Municipal, o vereador Adail Júnior, fazer a defesa do Governo do Estado. Ele lembrou que a última alteração no ICMS do Ceará é de 2016, lembrando ainda, que o preço da gasolina é de controle da Petrobras. “Não sei como um defensor do presidente tem coragem de levantar essa bola para nós. O Brasil todo sabe que a culpa (do aumento dos combustíveis) não é dos governadores. Quer dizer que todos os governadores estão errados, e só o presidente está certo?”, questionou.

Veja trecho do pronunciamento do vereador Sargento Reginauro: