Tasso participou da reunião de forma presencial e elogiou senadores que sugeriram e brigaram para que a CPI da Covid fosse instalada. Foto: Reprodução/YouTube/Blog do Edison Silva.

O senador Tasso Jereissati (PSDB) participou presencialmente, na manhã desta terça-feira (26), da reunião de votação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O parlamentar fez um histórico da atuação do Governo Federal no último ano, e apontou que o presidente Jair Bolsonaro, muitas das vezes, atuou de maneira “equivocada” e até “criminosa”.

Segundo o tucano, por muitos meses, enquanto o mundo demonstrava apreensão com o avanço da pandemia do novo coronavírus, o governo brasileiro continuava se negando a entender a gravidade da situação, o que em sua avaliação contribuiu para o aumento nos casos de pessoas infectadas e mortas em decorrência da Covid-19.

De acordo com ele, não fosse a sugestão de senadores para instalação da CPI, e daqueles que foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ela fosse instalada, o resultado poderia ter sido diferente.

“Uma conclusão que tiramos no início da pandemia foi o distanciamento social e o uso da máscara. No entanto, o governo brasileiro, de maneira estranha, agressiva, recusou-se a aceitar o distanciamento social e a ideia da máscara para a população, fazendo com que a gravidade da pandemia fosse se aprofundando”, apontou.

De acordo com Tasso, descobriu-se em seguida, através do trabalho da CPI, que as negativas do Governo se davam por conta da crença do que era propagado pelo chamado “gabinete paralelo”. “Esse grupo defendia a teoria de que era melhor que os brasileiros se infectassem rapidamente para que a economia voltasse a funcionar normalmente o o Governo não tivesse prejuízo do ponto de vista eleitoral. Essa teoria foi ficando clara para nós da CPI, em que conseguimos perceber o tamanho da monstruosidade que vinha do núcleo duro do Governo”.

Segundo ele, a CPI “controlou aquilo que o Governo vinha fazendo sem nenhum tipo de escrúpulo ou contraponto”, já que desacreditava no distanciamento, uso de máscara ou aplicação da vacina contra o vírus. Tasso buscou não citar diretamente o nome do presidente da República, Jair Bolsonaro, mas lembrou caso recente envolvendo o chefe do Executivo e sua recusa para com as vacinas.

“Deste contraponto poderoso é que conseguimos fazer, mesmo contra a vontade do Governo, uma vacinação que é referência no mundo inteiro. E hoje, mais de 50% dos brasileiros estão totalmente imunizados”, apontou.

De acordo com Tasso, o posicionamento contrário de Bolsonaro à vacina ainda é presente, tanto que recentemente ele chegou a fazer uma ligação entre o imunizante e o vírus da AIDS. Para o senador, o presidente, mais uma vez, espalhou “uma criminosa notícia falsa”.

“Apesar de todos esses ganhos da CPI, nós alertamos que a coisa continua. O problema continua quando o presidente faz uma declaração como fez, agindo de maneira além de equivocada, criminosa” – (Tasso Jereissati)

Veja a fala do senador Tasso na última reunião da CPI: