Preocupação dos comunistas era em atingir a cláusula de desempenho. Foto: Miguel Martins.

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), preocupado em atingir a cláusula de desempenho estipulada para o pleito de 2022, avalia com alívio a implantação da federação partidária para as disputas proporcionais do próximo. De acordo com o presidente da legenda no Ceará, Luiz Carlos Paes, o objetivo da agremiação é se alinhar com legendas do campo do centro-esquerda ou da esquerda, buscando manter a sigla em atividade no Congresso Nacional no ano de seu centenário.

Diferente das coligações, cujo interesse e compromisso se encerram no dia das eleições, o instituto da federação vai reunir duas ou mais legendas, vinculando esses partidos por um período de quatro anos. “Naturalmente, vão ser partidos próximos de um mesmo campo político. Isso já existe em vários países do mundo e vai ser importante para o Brasil”, defendeu o dirigente.

De acordo com ele, o partido está dialogando com outras agremiações visando constituir a chamada federação partidária para 2022.

Dentre as legendas citadas por ele estão o PDT, PSB, PV, Rede, PSOL, PCB e UP, todas do campo da centro-esquerda e esquerda. “No nosso caso, criar uma federação tem sido muito favorável, porque se fôssemos sozinhos tínhamos o grande desafio de atingirmos a cláusula de desempenho de 2%. Não deixa de ser um risco, claro, mas numa federação quem tem que cumprir a cláusula não é o partido isolado, mas a federação”, explicou.

Em sua avaliação, se aglutinando com um ou dois partidos pequenos, as chances de atingir a cláusula de desempenho aumentam, mas isso também pode ocorrer com grêmios maiores. Sobre o período de instabilidade política em que o Brasil vive, Paes defende que o PCdoB tem dialogado com todas as forças, sejam elas de esquerda, centro, centro-esquerda e até direita.

Diálogo

Ele lamentou as críticas que têm sido direcionadas pelo líder do PDT, Ciro Gomes, contra o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. “O Ciro coloca o Lula e o PT no mesmo pé de igualdade que o Bolsonaro. Isso é totalmente incorreto. O Lula é um homem democrático e em seu Governo todo mundo participava. É preciso evoluir para criar um diálogo entre as forças de esquerda, centro-esquerda, centro-direita e até da direita democrática”, sugeriu.