Líder do PMB na Câmara, Sabóia foi responsável por fortalecer o partido e eleger dois vereadores no ano passado. Foto: CMFor.

O vereador Wellington Saboia, líder do PMB na Câmara de Fortaleza, fez uma avaliação das mudanças ocorridas na reforma eleitoral aprovada no Congresso Nacional e que devem valer já para as eleições de 2022.

Para o parlamentar, algumas regras devem dificultar a vida de algumas agremiações, principalmente, no que diz respeito às alterações sobre as sobras de votos.

Para ele, a mudança deve dificultar a representatividade partidária, principalmente, para aqueles que trabalham na construção de chapas competitivas para o pleito eleitoral. Em sua avaliação, a medida beneficiará apenas aqueles grandes partidos, com estrutura financeira e densidade eleitoral consolidada.

“Infelizmente, para nós que trabalhamos a construção de chapas, esse adendo vai dificultar a representatividade. Ele lembrou que o instituto da “sobra” começou a ter validade em 2017, o que beneficiou alguns pretensos candidatos a serem eleitos. O parlamentar destacou o caso do colega, Danilo Lopes, do Podemos, que foi beneficiado por esses votos que sobraram, uma vez que a legenda havia conquistado 25 mil votos, abaixo da quantidade necessária para eleição de um representante.

“Agora, para dificultar mais ainda a questão dos pequenos partidos e representatividade dos segmentos, foram colocados os 80% e 20%. Para participar, é necessário que o partido atinja 80% do quociente eleitoral ou 20% do total, no caso do candidato. Se em Fortaleza essa regra já estivesse valendo, o Danilo, por exemplo, não teria sido eleito. Isso acaba cerceando a representatividade de muitos que estão aqui”, lamentou.

No entanto, o parlamentar destacou que é preciso que todos trabalhem para fortalecer suas bases, ressaltando que em 2022 as agremiações terão dificuldades para formar chapas para a disputa proporcional. “Tirando os grandes, com poder econômico e político, alguns partidos não terão condições de formar chapa”.

Força

Segundo ele, partidos como o “União pelo Brasil”, formado a partir da fusão entre DEM e PSL, terão condições de formar chapa. Mas os pequenos, que não possuem fundo partidário ou eleitoral, ficarão em situação mais difícil. “Cada um vai ter que fazer o seu melhor. Eu, em meu partido, estou tentando fazer o melhor”.

De acordo com Wellington Saboia, um ponto benéfico da reforma eleitoral diz respeito ao fim das coligações proporcionais, que tentaram ressuscitar durante discussão na Câmara Federal. “Os partidos têm que mostrar sua força. Assim, vão adquirir nomes para fazer fileiras em seus pleitos.