Carlos Felipe (PCdoB) defende a união em um eventual segundo turno nas eleições 2022 para garantir a governabilidade do País. Foto: Miguel Martins.

O deputado estadual Carlos Felipe (PCdoB) ainda acredita em uma frente ampla do chamado campo democrático contra o bolsonarismo no Brasil. No entanto, o parlamentar avalia com preocupação os recentes embates entre lideranças do PT e PDT, e acredita que a união entre essas forças só se dará quando interesses nacionais estiverem acima dos pessoais.

Questionado sobre a situação deste campo, o parlamentar lembrou de um exemplo histórico envolvendo o comunista Luis Carlos Prestes e o então presidente Getúlio Vargas. “Luis Carlos Prestes teve sua esposa extraditada por Getúlio, e lá ela foi enviada para o campo de concentração e morta. Quando Getúlio volta ao poder, pelas vias democráticas, entendendo que era o melhor caminho, Prestes o apoiou”, relembrou.

Segundo ele, as questões pessoais e políticas de um ou outro candidato não podem estar acima do interesse nacional, e seria justamente isso que estaria inviabilizando a construção de uma aliança forte em oposição ao atual Governo. “Entendo as raivas, as brigas e as intrigas entre um ou outro grupo. Mas isso não pode esta acima dos interesses nacionais”, frisou.

Para Felipe, a possibilidade de união já no primeiro turno das eleições do próximo ano é algo cada vez mais difícil. No entanto, em uma eventual disputa de segundo turno esses partidos e líderes partidários do campo democrático poderão estar alinhados. “A gente percebe que alguns partidos entendem que a união no segundo turno é algo necessário. Já outros não entenderam essa posição. Teremos uma disputa polarizada porque é de interesse dos dois grupos, o governista e o petista. Mas na segunda instância, é preciso construir essa unidade até para poder governar”.