Em nível nacional, Renato Roseno defende cautela sobre a melhor tática para a disputa à Presidência da República. Foto: Miguel Martins.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), apesar da pouca representatividade nas casas legislativas do Ceará, e tendo apenas um prefeito em todo o Estado, deve, mais uma vez, apresentar um nome à sucessão do governador Camilo Santana (PT). De acordo com o deputado estadual Renato Roseno, duas forças antagônicas estão se consolidando para a disputa do ano que vem, mas é preciso apresentar opções ao eleitorado cearense.

Segundo afirmou ao Blog do Edison Silva, ele defende uma candidatura própria do partido, tendo em vista que o grupo governista deve apresentar um nome, saído dos quadros do PDT, que pretende garantir o projeto em curso, e outro, em sua opinião, capitaneado por bolsonaristas liderados pelo deputado federal Capitão Wagner (PROS).

“Nós temos que apresentar uma alternativa aos cearenses que não seja desses dois grupos. Eu, particularmente, defendo isso”, destacou.

O PSOL está se preparando para definir, no próximo ano, a melhor tática eleitoral para, conforme disse, “derrotar o fascismo e o bolsonarismo” no Brasil. Por conta disso, a legenda tende a discutir duas teses. Uma de apoio à eventual candidatura de esquerda com capacidade de disputa e vitória, e outra que tende a defender candidatura própria já no primeiro turno das eleições gerais de 2022.

“Esse é um grande debate. Se lançaremos candidatura no primeiro turno ou se apoiaremos alguém para derrotar o Bolsonaro. Estamos absolutamente alinhados com a derrota de Bolsonaro”, disse. De acordo com o parlamentar, para 2022, é necessário garantir a normalidade democrática, respeitar as eleições e o resultado das eleições, além de construir uma candidatura que possa, de fato, contribuir para a derrota de Bolsonaro.

“O que o (ex-presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump fez no Capitólio, o Bolsonaro ameaça fazer todo dia. Fala em medidas extremas, flerta com o autoritarismo, gera desconfiança contra o processo eleitoral, coloca a população contra a Justiça. Precisamos derrotar o Bolsonaro nas ruas e nas urnas”, defendeu Roseno.

Para o socialista, é preciso garantir que o resultado das urnas seja respeitado. Ele lembrou falas recentes do presidente da República, que falou em sair da Presidência somente preso ou morto. “Ele já disse que em caso de derrota, não sai do Palácio. Ele não trabalha com a ideia de derrota, isso é um absurdo”, apontou.