Para o deputado Heitor, recursos destinados à obra poderiam ter sido utilizados para realização de cirurgias. Foto: ALECE.

Desde que foi proposta pelo então governador Cid Gomes, a construção do Acquário Ceará vem sendo criticada pelo deputado Heitor Férrer (SD). De acordo com o parlamentar, a obra, iniciada há quase uma década, já teria consumido R$ 317 milhões, em valores atualizados, e poderia ter servido para, dentre outras coisas, realização de cirurgias para a população que aguarda atendimento em equipamentos de saúde do Estado.

“Esses R$ 137 milhões que o Cid enterrou naquela porcaria chamada ‘Aquário’, que hoje é criatório de mosquito da dengue e tem importunado a população em seu entorno, virou ruína na sua própria construção. Hoje está em R$ 317 milhões”, apontou o parlamentar. “Vamos converter essa safadeza em cirurgia de catarata, de próstata, de descolamento de retina, para curar um câncer”, propôs.

O deputado chamou a proposta de construção do aquário de “criminosa”, destacando que além de ter votado contra a medida, fez campanha para que a intenção do então governador não fosse adiante. “Votei contra o empréstimo de R$ 105 milhões. Se tivesse seguido adiante, nós estaríamos com mais de R$ 600 milhões nas costas do povo do Ceará”, afirmou.

“Nós representamos o povo, e às vezes eu me sinto até constrangido em dizer isso. Prefiro dizer representando a sociedade. É inaceitável que tenhamos jogado R$ 317 milhões nessa obra megalomaníaca do ex-governador Cid Gomes e termos filas de pessoas que estão cegando, esperando por uma cirurgia” – (Heitor Férrer)

O deputado alertou para denúncias de moradores de Fortaleza, que estão com exames e cirurgias pendentes ou com prazos longos para serem feitos. Alguns casos, no entanto, não podem aguardar muito para serem realizados. Segundo lembrou, a  Assembleia Legislativa aprovou a liberação de R$ 100 milhões para zerar as filas de cirurgias, mas o valor gasto teria sido de apenas 10%. “As cirurgias  programadas para o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), César Cals, Albert Sabin, Waldemar de Alcântara continuam lá”.