A proposta foi apresentada por um grupo de 11 deputados da Comissão de Educação da Câmara Federal. Foto: Reprodução.

O Projeto de Lei 3411/21 busca enfrentar os principais desafios decorrentes da pandemia da Covid-19 no âmbito da educação, promovendo a busca de alunos que abandonaram a escola, o seu acolhimento no ambiente escolar e a recomposição da aprendizagem, o que inclui também o treinamento de professores.

A proposta foi apresentada por um grupo de 11 deputados da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados: Tabata Amara (PDT/SP), Felipe Rigoni (PSB/ES), Franco Cartafina (PP/MG), Professora Rosa Neide (PT/MT), Marcelo Ramos (PL/AM), Pedro Cunha Lima (PSDB/PB), Professora Marcivania (PCdoB/AP), Professor Israel Batista (PV/DF), Gastão Vieira (Pros/MA), General Peternelli (PSL/SP) e Eduardo Bismarck (PDT/CE).

O projeto institui o Programa Emergencial de Aprendizagem dos Estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Médio, e de Acolhimento à Comunidade Escolar das Redes Públicas de Educação Básica (PEAA).

“Considerando seus efeitos iniciais a partir de março de 2020, já estamos ultrapassando um ano e meio de consequências devastadoras na vida estudantil de milhões de crianças, adolescentes e jovens de todas as regiões do Brasil, com sequelas graves em sua permanência escolar e aprendizagem, bem como também no âmbito psicossocial” afirmam os autores da proposta.

Conforme a proposta, o programa emergencial será implementado junto às redes públicas de educação básica cujos órgãos gestores formalizarem adesão e apresentarem plano de ação que contemple as ações previstas na lei, se a proposta for aprovada. Estão previstos três eixos:

-busca ativa, destinada ao enfrentamento do abandono e da evasão escolares;
-recomposição da aprendizagem, com o desenvolvimento de estratégias de ensino-aprendizagem para estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio com dificuldades e defasagens, especialmente em língua -portuguesa e matemática;
-acolhimento à comunidade escolar.

Os autores da proposta lembram que a pandemia piorou a situação do abandono escolar, em razão do fechamento das escolas por longos períodos, e o desestímulo para continuar os estudos, principalmente daqueles sem condições de manter o aprendizado em casa, considerando a falta de acesso a internet e a recursos educacionais digitais.

“Trazer de volta à escola esses milhões de crianças e adolescentes que abandonaram os estudos é um desafio e responsabilidade dos governos e de toda a sociedade brasileira”, observam.

Para eles, realizar a busca ativa dessas crianças e adolescentes é tarefa urgente no campo das políticas públicas. “É preciso entrar em contato com eles e suas famílias, realizar escuta ativa para entender as motivações do abandono escolar e atuar, de forma intersetorial, especialmente entre as áreas de educação, saúde e assistência social, para possibilitar o retorno à escola”, explicam.

O projeto prevê o pagamento de bolsas para agentes da busca ativa, a elaboração de diretrizes e materiais orientadores sobre essa busca, o acolhimento e a atuação intersetorial e a disponibilização de curso de formação continuada para os atores envolvidos.

A busca e o acolhimento seriam feitas por estudantes concluintes prioritariamente dos cursos de graduação em Serviço Social, Psicologia e Pedagogia, sob supervisão de professores das escolas de educação básica envolvidas, orientação de profissionais de Psicologia e Serviço Social e com o apoio de diretrizes e materiais orientadores.

O programa prevê a abertura das escolas nos finais de semana para atividades de acolhimento à comunidade escolar, sob supervisão de professores das escolas de educação básica envolvidas, e com o apoio de diretrizes e materiais orientadores. Todas as atividades ocorreriam com respeito aos protocolos sanitários e observância sobre retorno presencial seguro.

Fonte: Agência Câmara.