Ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que alguns alunos com síndrome de Down atrapalham na sala de aula. Foto: Fred Loureiro/Governo do Espírito Santo.

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados realiza audiência pública na sexta-feira (15) para discutir “o impacto das falas discriminatórias do ministro da Educação”.

As deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Maria do Rosário (PT-RS), que propuseram a realização da audiência, lembram que, em entrevista ao programa “Sem Censura” da TV Brasil, realizada em agosto passado, o ministro Milton Ribeiro declarou que “a criança com deficiência é colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia, ela ‘atrapalhava’ – entre aspas, essa palavra eu falo com muito cuidado – ela atrapalhava o aprendizado dos outros, porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela atenção especial”, citaram as deputadas.

O ministro também declarou que a “universidade deveria, na verdade, ser para poucos”.

Depois, em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Rádio Jovem Pan, Ribeiro afirmou:  “O que nós queremos? Nós não queremos o inclusivismo. Criticam essa minha terminologia, mas é essa mesmo que eu continuo a usar. É claro que existe uma deficiência como a síndrome de Down, que existem alguns graus, que a criança colocada ali no meio, socializa. Mas 12% não têm condições de conviver ali [na sala de aula].”

“As palavras de um ministro de Estado não são meras opiniões sem efeito, sem repercussão social concreta na vida da população. Quando proferidas, ganham o peso e relevância de sua autoridade. Proferidas publicamente em veículo de imprensa, em emissora pública, para toda a população brasileira ouvir, têm projeção nacional”, observam as deputadas.

O debate será realizado no plenário 14, às 14 horas, e poderá ser acompanhado de forma virtual e interativa pelo e-Democracia.

Debatedores

1. Representante da Rede Brasileira de Inclusão – Rede In

2. Associação Nacional do Ministério Público de Defesa dos Direitos
dos Idosos e Pessoas com Deficiência – AMPID;

3. Geovana Mendonça Lunardi Mendes – Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-graduação em Educação – ANPED e Professora da
UDESC ;

4. Andreia Colares – Orientadora Educacional IFSul e Pós-doutoranda em
Educação (UPF)/Doutora em Educação (PUCRS); ( * )

5. Eri Domingos da Silva – Professor das redes municipais de Canoas e
Porto Alegre, fundador e membro da direção da Associação dos
Deficientes Visuais de Canoas/RS – ADEVIC;

Confirmou presença na audiência a orientadora educacional e doutora em Educação, Andreia Colares.

Fonte: Agência Câmara de Notícias.