Vice-governadora Izolda Cela. Foto: Reprodução

O Conexão Assembleia entrevistou, nesta segunda-feira (11), a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela. Ao ser indagada se aceitaria suceder Camilo Santana, em 2022, na disputa pelo Governo do Estado, ela ponderou que antecipar pautas eleitorais atrapalha o serviço público. No entanto, compartilhou sua expectativa de concluir o mandato, no caso do governador se afastar do cargo para concorrer ao Senado Federal.

“Na verdade, nós não temos nenhuma discussão focada nisso. Essa possibilidade para o governador Camilo é uma possibilidade mesmo. Não era o meu plano, mas cabe a mim cumprir a responsabilidade que tenho. Eu acho que tenho uma coisa que vem a favor: a capacidade de formar equipes. As pessoas escolhidas por critério, por suas competências, pessoas que têm dedicação e emoção, como diz Cid Gomes”, pontuou.

Educação

Ela também abordou as dificuldades e os impactos da pandemia na educação além de ações para recuperar as perdas. Professora e psicóloga, a vice-governadora ganhou destaque no meio político ao liderar a Secretaria de Educação do Estado, de 2007 a 2014. Durante o programa, ela revelou que as avaliações de desenvolvimento do Governo, já constatam índices relevantes de atrasos na alfabetização do Ceará, em decorrência da pandemia de Covid-19.

“Nós já temos evidências que houve atrasos. Foi realizada uma primeira avaliação, que começou ainda no final do 1º semestre, em julho, e seguiu no início do 2º semestre em alguns municípios. Antes, apenas um pequeno percentual, entre 2% ou 3%, não alcançava os níveis desejados. Agora esse percentual está em mais ou menos 15%. Vamos consolidar ainda essas pesquisas, mas já sabemos que o impacto foi grave”, assinalou.

A deputada Érika Amorim (PSD) que participou do programa, destacou a importância do Pacto pela Educação e questionou sobre o papel da iniciativa no contexto de pós-pandemia para os alunos da rede pública.

Izolda Cela explicou que uma das estratégias para o enfrentamento dos impactos da pandemia na educação é o Pacto pela Aprendizagem. A pactuação entre Estado e municípios tem o objetivo de recuperar a aprendizagem dos estudantes do primeiro ao nono ano, e vai beneficiar 910 mil estudantes.

Para a vice-governadora a iniciativa vem para reanimar a todos com os atuais desafios que a educação apresenta. “Tivemos esse impacto muito grave na aprendizagem, apesar do esforço de tantos professores, que precisaram se reinventar. O governador Camilo Santana convocou a todos para estabelecermos esse pacto para correr atrás do prejuízo, e garantir o nível adequado das crianças”, afirmou.

O Governo do Estado, segundo ela, “vai apoiar os municípios com equipamentos, as redes vão ter à sua disposição sistemas para avaliação dos alunos, e vai haver também um recurso de R$ 400 mil que os municípios receberão para investimentos mais importantes”, adiantou.

A importância de reconhecer o trabalho dos professores e profissionais da educação com condições boas de trabalho e incentivos também foi lembrada. “A minha experiência na educação me fez ver que as pessoas comprometidas, conseguem mudar e ajudar muito mais”, disse.

Izolda Cela também ressaltou a importância das políticas de Assistência Social que buscam dar assistência e lidar com as grandes mazelas sociais produzidas por uma sociedade desigual. “A política de Assistência Social visa fortalecer os municípios. Tivemos grandes cortes, por parte do Governo Federal, na assistência social e o Governo do Estado vem buscando melhorias para fazer um contraponto e buscar ajudar na reconstrução dos centros de Referência de Assistência Social e de Referência Especializado de Assistência Social que cuidam de situações de complexidade”, salientou.

A vice-governadora informou ainda que a realização de iniciativas como o Réveillon deve depender do quadro de disseminação de Covid-19 até o final do ano. “Para Camilo Santana, desde o início a palavra é salvar vidas. Muitas ações do Governo aconteceram para dar suporte às pessoas mais seriamente impactadas por essa pandemia. Uma festa de Réveillon, penso que só com o aval muito seguro da parte de quem entende, quem estuda, quem analisa, por diversas perspectivas, que são os especialistas com quem temos contado. A festa do Réveillon é muito importante para o calendário de Fortaleza, mas as coisas só podem acontecer se não houver risco para a vida das pessoas”, apontou.

Fonte: Assembleia Legislativa do Ceará