Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União. Foto: Reprodução/YouTube.

O auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, foi suspenso por 45 dias das suas atividades no TCU após produzir um relatório paralelo em que contestava o número de mortes por Covid-19 no Brasil em 2020. O documento foi divulgado pelo presidente Bolsonaro como se fosse do Tribunal. Posteriormente, após o TCU negar que aquele era um material oficial, o presidente da República recuou.

Segundo Marques, foi seu pai o responsável por enviar o documento paralelo para o presidente. O pai do auditor, Ricardo Silva Marques, é um coronel reformado do Exército da mesma turma do presidente na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

Questionado em interrogatório, obtido pelo jornal O Globo, sobre como foi a chegada do pai dele à Petrobras, o auditor afirmou que houve um processo seletivo [análise de currículo], mas que a indicação saiu do presidente da República. E que Bolsonaro também encaminhou seu currículo para um cargo no BNDES.

Em 2020, Marques foi reformado como coronel do Exército. Um ano antes, em 2019, ele assumiu a gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras.

Em seu depoimento na CPI da Covid-19, no Senado, Alexandre afirmou que a sua indicação para o BNDES só não ocorreu porque necessitava da aprovação de um colegiado do TCU, que negou a transferência.

No mesmo depoimento na CPI, Marques foi questionado sobre quem teria feito sua indicação para o cargo e respondeu que o presidente do BNDES fez a sua indicação.

“Foi o próprio presidente. O então recém-nomeado presidente do BNDES, Gustavo Montezano [ligado aos filhos de Bolsonaro, que também são ligados ao auditor], que fez essa indicação, a indicação de todos os diretores”, afirmou na CPI.

Fonte: site ConJur.