O Blog do Edison Silva tentou contato com o presidente da CPI, mas ele não atendeu as ligações e nem respondeu às mensagens enviadas. Foto: ALECE.

Pela segunda semana consecutiva, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa, que investiga possíveis irregularidades na gestão das associações de militares do Ceará não deve realizar sessão deliberativa.

Até o momento, o colegiado se reuniu apenas por três oportunidades para votar requerimentos de membros do grupo.

De acordo com a assessoria da CPI, os membros do colegiado não se reunirão esta semana pois estarão realizando trabalhos internos.

Na semana passada, o grupo também não realizou o encontro, que estava marcado para acontecer todas as terças-feiras, a partir das 8h30.

O Blog do Edison Silva entrou em contato com todos os membros da Comissão, mas somente o vice-presidente, Queiroz Filho (PDT), retornou, informando que eles se encontrariam para definir se haveria reunião.

A CPI já realizou três encontros. No primeiro, no dia 31 de agosto, foram aprovados requerimentos solicitando informações sobre questões como as eleições e diretorias das associações, balancetes contábeis, declarações de bens, relatórios de repasse financeiro por parte da Secretaria de Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag) para as associações, assim como cópia dos processos judiciais em que as associações figuram como parte.

Na semana seguinte, no dia 8 de setembro, a CPI aprovou convites aos dirigentes das entidades para prestarem alguns esclarecimentos. Pedidos de documentação a órgãos também foram solicitados em outros requerimentos aprovados pela CPI.

No dia 14, foram aprovados requerimentos solicitando à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) o encaminhamento do relatório detalhado com os números da violência no estado do Ceará comparando os períodos de janeiro de 2012 e janeiro de 2011.

Também solicitaram que as associações de militares reportem à CPI, em um prazo de 10 dias, a relação do total de associados e os valores arrecadados por essas instituições a título de contribuição.

Ao Blog do Edison Silva, o relator do colegiado, Elmano de Freitas (PT), afirmou que o prazo para continuidade dos trabalhos da CPI dependerá, principalmente, do envio das informações solicitadas a alguns órgãos, dentre eles secretarias do Governo. Membros do colegiado, inclusive, estariam descontentes com a falta de informações que deveriam ter sido cedidas pelo Executivo.

“Dependendo do que chegue, dos documentos das entidades, extratos bancários, contratos… aí teremos condições de chamar e questionar. Não é razoável chamar alguém sem sequer termos elementos para fazer alguma pergunta que tenha sentido, que tenha a ver com o motim. Devemos ouvir algumas pessoas do motim. E em seguida, com informações vindas das autoridades competentes, chamaremos as entidades, já com as informações e estudo para podermos ter um trabalho efetivamente profissional de investigação”, disse Elmano.