Para instalar uma CPI, o senador cearense precisa obter a adesão de pelo menos 171 deputados federais. Foto: Reprodução/Facebook.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada no Senado Federal, está próxima de concluir seus trabalhos e pouco se discutiu daquilo que tem se mostrado o interesse maior do senador Eduardo Girão (Podemos), que é a investigação do que foi gasto por prefeitos e governadores durante a pandemia do novo coronavírus.

O parlamentar até tentou emplacar o tema no colegiado, que está próximo do fim, mas o assunto quase não foi debatido durante os meses de inquérito.

Girão, porém, não demonstra ter cansado de seu objetivo e agora busca colher assinaturas de seus pares para instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, na Câmara Federal e Senado.

Durante todo o mês de setembro, ele diz ter conseguido o apoio de 35 senadores para instalação do colegiado no Congresso Nacional. O parlamentar insiste na máxima de que a CPMI poderá fazer o trabalho que a CPI não foi capaz de realizar.

Apesar do número suficiente de apoio no Senado, ele ainda precisa obter a adesão de pelo menos 171 deputados federais, o que ele ainda não começou a fazer.

Para ele, a CPI da Covid desviou o foco originária e tem sido utilizada como palanque político para eventuais candidatos ao pleito de 2022.

“Já alcançamos o apoio de 35 senadores para  instalação de uma CPMI para fazer o trabalho que a atual CPI não fez e não irá fazer. Na Câmara precisamos de pelo menos 171 assinaturas. Queremos saber o que foi feito com o dinheiro que devia ser usado para salvar vidas”, publicou em suas redes sociais.

Em vídeo, Eduardo Girão afirma que o Senado não quer investigar “os bilhões de Reais de estados e municípios. Supostamente tem dois ex-ministros da ex-presidente Dilma que estão até a medula nesse processo do Consórcio Nordeste”, disse.

Durante boa parte dos trabalhos da CPI da Covid, o senador tentou ouvir nomes ligados ao colegiado formado por governadores da região Nordeste e este tem sido seu mantra durante, praticamente, toda sua participação no colegiado.

“Eles compraram 300 respiradores, no auge da pandemia, numa indústria ligada a produtos da droga da maconha. Recebeu R$ 48,7 milhões e nunca, até hoje, um ano e meio depois, não entregou os respiradores”, denunciou o senador em vídeo publicado em suas redes sociais.