Carlos Felipe (PCdoB) defende foco na crise econômica brasileira. Foto: Miguel Martins.

Diante do clima de acirramento em que vive o País, alguns políticos têm defendido o equilíbrio das forças e respeito às instituições constituídas. De acordo com alguns parlamentares ouvidos pelo Blog do Edison Silva, é preciso que cada um dos três Poderes encontrem um meio termo para evitar os conflitos que na avaliação deles só têm trazido mal à população.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB), por exemplo, lembrou que o Brasil vive uma crise sem igual com a perda do poder de compra das pessoas, aumento no preço de combustíveis, crise hídrica e instabilidade política, que segundo ele, tem sido gerada de forma desnecessária por questões pessoais “e necessidade de manter a militância aguerrida”.

“O presidente age como gerador de conflitos. Compreendo que existia muito ativismo político na época do (ex-juiz Sérgio) Moro, mas anular a Justiça não pode. O certo é o equilíbrio dos Poderes. Espero que a sociedade brasileira, madura, compreenda a importância da democracia”, defendeu.

Segundo ele, alguns temas como “comunismo” e ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal não fazem sentido diante das dificuldades enfrentadas pela maior parte da população. “Isso nos preocupa pois é uma pauta pessoal do presidente e não nacional. A preocupação da população é a fome, miséria. A pauta é o fortalecimento das instituições, retomada do crescimento, valorização da ciência e melhoria das relações internacionais”.

Fala do deputado Carlos Felipe (PCdoB):

Para o deputado Fernando Hugo (PP), a atualidade do Brasil requer “ajuizamento” daqueles que fazem a vida pública em prol da população. “Não chegaremos a lugar algum com questionamentos ‘infantilescos’, pueris contra autoridades dos Poderes. O outro, ao invés de recuar, reage, prende, manda soltar. Isso não é chegar-se à paz que sonhamos”.

Segundo o parlamentar, é preciso que os líderes dos Poderes constituídos deem as mãos em defesa de atos construtivos que tirem o País da situação de inflação, desemprego e instabilidade econômica em que se encontra. “Estamos há 13 meses das eleições e é bom que o povo abra os olhos e saiba quem está querendo tirar proveito da crise e está gerando crise em cima de crise”.

Dr. Hugo destacou ser importante se manifestar organizadamente, com respeito aos bens públicos, sem agredir o próximo ou os Poderes. No entanto, disse não ser muito eficaz “ficarmos semanalmente assistindo desfiles de rua. Isso não produz, não constrói. Isso incita e bloqueia nossa razão”.