Para Renato Roseno, alguns temas poderiam ter sido discutidos com maior participação da sociedade. Foto: Miguel Martins.

O deputado estadual Renato Roseno (PSOL) afirmou que as mudanças eleitorais que estão sendo votadas no Congresso Nacional têm sido feitas de forma acelerada sem uma maior discussão com a sociedade. O parlamentar chama a atenção para os impactos que essas alterações podem causar no processo eleitoral sem a devida discussão mais ampla.

“O Congresso, lamentavelmente, está tocando de forma acelerada alterações profundas que vão ter repercussões durante muito tempo”, disse ele. De acordo com o socialista, algumas dessas propostas poderia ter sido bem recebidas caso houvesse maior debate com a sociedade.

Para ele, o Congresso Nacional fez as alterações “a toque de caixa”, e um debate mais profundo deveria ter sido feito. “A proposta é muito liberal. O ideal seria garantir isonomia entre as candidaturas, as paridades de ambos. Foi uma inspiração muito liberal e, lamentavelmente, não se deu o tempo necessário para se discutir com a sociedade”.

Renato Roseno, porém, disse ser contrário a volta das coligações proporcionais e celebrou o fim deste tipo de disputa. “É uma das medidas mais perversas do sistema eleitoral. Em primeiro lugar porque não fortalece os partidos. O Brasil precisava ter partidos mais sólidos para apresentar projetos nacionais. Tem, quando muito, legendas que têm funcionamento só para disputa das eleições”.

Em sua avaliação, as coligações facilitaram o fenômeno do dono de partido, pessoa que tem poder em determinado Município ou Estado de negociar o apoio de uma possível coligação. “Isso é desvio do sentido da democracia representativa. Isso porque um determinado partido pequeno dá sua parcela na propaganda eleitoral, muitas vezes, para eleger um candidato que não seria eleito pelos votos do próprio partido”.

Para Roseno, esse é um problema de conduta da gestão da própria legenda. “Esse mercado de negociações que acontece entre os partidos tradicionais para firmarem suas coligações e o desvio da democracia representativa. Eu defendo partidos fortes, que tenha número de votos necessários para eleger as cadeiras nas casas legislativas”.

Veja os argumentos do deputado Renato Roseno do PSOL: