Para o parlamentar, a CPI deveria ser chamada de CPI do Motim, e não CPI das Associações de Militares. Foto: ALECE.

O deputado Carlos Felipe (PCdoB), durante pronunciamento na Assembleia Legislativa do Ceará, na manhã desta quinta-feira (16), criticou o foco das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que fiscaliza o trabalho das Associações de Militares do Estado.

Para o parlamentar, o tema que deveria ser investigado pelo colegiado deveria ser o motim realizado por alguns agentes de segurança no ano de 2020 e não as instituições.

Para o parlamentar, a CPI deveria ser chamada de CPI do Motim, e não CPI das Associações de Militares, por entender que há um risco de que a ação da Assembleia seja interpretada como uma retaliação à Polícia Militar.

“A CPI deveria focar a sua atuação em investigar aquela coisa absurda, ilógica, impensada e criminosa de policiais militares usando balaclava, pedindo para comércios fecharem, sequestrando e furando pneus de viaturas. E se, durante essas investigações, fosse identificado que determinada associação financia ou fomenta essas ações criminosas, isso poderia ser incluído na CPI”, defendeu.

Carlos Felipe, que era membro da base aliada do governador Camilo Santana, tem atuado de forma independente desde a votação da Reforma da Previdência, em 2019.

Veja trecho do discurso do deputado comunista:

O posicionamento crítico de Carlos Felipe contra a CPI gerou incômodo entre os governistas, inclusive de Augusta Brito (PCdoB), correligionária do parlamentar.

De acordo com Augusta, os motins são o foco das investigações e as Associações entram dentro deste contexto. “Não estamos condenando as Associações, pois estamos investigando justamente os indícios de que existem Associações patrocinando coisas ilícitas”.

Também membro da CPI, Marcos Sobreira destacou que é preciso investigar os indícios de desvio de finalidade dos recursos dos policiais militares destinados a algumas dessas entidades.