Audic Mota (PSB) destacou o diferencial do Ceará por ter um presidenciável do Estado, o pedetista Ciro Gomes. Foto: Miguel Martins.

Enquanto a base governista, na figura do PDT, e a oposição, representada pelo deputado federal Capitão Wagner (PROS), já se articulam em busca de se consolidar como cabeça de chapa na disputa à sucessão do governador Camilo Santana, outras forças políticas orbitam entre esses dois polos em busca de viabilizar candidaturas para o pleito do próximo ano.

Para o deputado Audic Mota (PSB), outras lideranças partidárias podem surgir até as convenções de 2022 com vistas a apresentar postulantes, visando participação nas eleições majoritárias do próximo ano.

O parlamentar destacou, porém, que o Ceará vive uma realidade diferenciada da maioria dos estados, uma vez que um dos potenciais candidatos a presidente da República, o cearense Ciro Gomes, tem sua base consolidada no Estado, na figura do PDT. Segundo lembrou, aliados de Lula não votarão no presidenciável Ciro, e vice-versa, ainda que estejam juntos em nível local.

“É um cenário ainda muito prematuro, que ainda não mostra a correlação de forças. Mas quem é do PDT já deu indicativo de que apresentará um candidato ao Governo, que não votará mais em candidato do PT. No lado da oposição, temos o Capitão Wagner, que já se colocou como candidato a governador. Ele foi candidato a prefeito de Fortaleza em duas ocasiões e já levou a disputa para o segundo turno duas vezes”, apontou.

No entanto, Audic lembra que outras forças também estão de olho na disputa de 2022, como o MDB, que até pouco tempo tinha um senador da República. O PP, que tem montado o seu grupo, na liderança do deputado federal AJ Albuquerque, auxiliado por seu pai, o deputado estadual Zezinho Albuquerque, que apesar de estar no PDT, tem alinhamento expressivo com o Progressistas e a este deve filiar-se para disputar um novo mandato legislativo.

O PSD, de Domingos Filho, também sempre se coloca nessa disputa, e o PL, de Acilon Gonçalves, que tem conquistado um protagonismo nas prefeituras da Região Metropolitana de Fortaleza. “É uma correlação de forças que ainda não sabemos como isso vai amadurecer. Mas efetivamente, agora, há mais de um ano da eleição, já estamos vivendo um clima de campanha, como se fossem as prévias das eleições. Até lá, especulação, conversas, o que é natural da política”.

Segundo disse, o PDT, pelo peso eleitoral que tem, a maior bancada da Assembleia Legislativa e um pretenso candidato a presidente da República, que é do Estado, não está mais em discussão sua candidatura. Assim também como não se discute o nome de Wagner pela oposição. “O que falta saber é como as outras forças vão se moldar a esse momento. É isso que está em jogo”, afirmou.