Os números estão no Enfoque Econômico (nº 230/09/2021) – “Permanência e Conclusão no Ensino Médio da População de 18 a 29 Anos no Ceará”. Foto: Reprodução/Neto Talmeli.

A proporção de jovens de 18 a 29 anos que concluiu o ensino médio no Ceará cresceu no primeiro trimestre deste ano e atingiu 72,37%, o maior desempenho nos últimos dez anos, contra 50,17% em igual período de 2012, início da série histórica.

Em 2012, a taxa de conclusão entre os jovens cearenses estava acima da registrada no Nordeste, de 48,09%, mas inferior a do Brasil, de 57,84%.

Exibindo taxas crescentes em quase todo o período, o maior salto foi observado entre a primeira e a segunda onda da Covid-19 no Ceará. Passando de uma taxa de 63,89%, no quarto trimestre de 2019, para 67,41% no primeiro trimestre de 2020, chegando a 72,37%, ligeiramente superior à taxa apresentada pelo Brasil (72,35%) e do Nordeste, de 65,11%.

Os números estão no Enfoque Econômico (nº 230/09/2021) – “Permanência e Conclusão no Ensino Médio da População de 18 a 29 Anos no Ceará” elaborado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

O estudo chamou a atenção para o fato do crescimento na conclusão do ensino médio no Ceará ter ocorrido em plena pandemia da Covid-19, consequência das medidas adotadas pelo Governo do Ceará. Segundo o documento, para minimizar esses efeitos causados pela pandemia, tanto em 2020 como em 2021, o Governo cearense tem desenvolvido ações importantes para que os estudantes cearenses, especialmente aqueles de baixa renda, tenham acesso às aulas remotas a distância.

O trabalho, que tem como autores o analista de Políticas Públicas, Victor Hugo de Oliveira Silva, e a assessora técnica, Luciana de Oliveira Rodrigues, destacou, dentre as ações, a distribuição de chips com pacote de internet móvel, que possibilita que os alunos da rede pública assistam a aulas virtuais. Isso tem gerado resultados, “uma vez que estatísticas mostram uma surpreendente queda da evasão escolar durante o período de pandemia”.

O documento mostrou que, após um ano e sete meses em que o primeiro caso de Covid-19 foi registrado no Brasil, a situação pandêmica ainda é uma das principais preocupações sanitárias, sociais e econômicas dos brasileiros.

Conforme apontou a secretária da Educação, Eliana Estrela, a rede pública estadual cearense vem apresentando melhoria consistente nos indicadores educacionais. Para alcançar esses resultados, o Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), desenvolve ações que buscam garantir o direito dos alunos a um processo de aprendizagem de qualidade com oferta, por exemplo, de mais tempo na escola, oportunidades de preparação profissional e desenvolvimento de habilidades no intuito de agregar além de conhecimento, valores ao projeto de vida dos estudantes.

“A rede estadual oferece o Ensino Médio, assim como a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade que garante escolarização básica, para um público diferenciado. Há uma proposta específica de ensino para a EJA, que considera a formação humana, social e científica, orientando-se pela concepção de educação ao longo da vida”, destacou a gestora da pasta.

Durante o ano de 2020, o Brasil precisou de ajustes sociais e econômicos para conter os avanços do coronavírus, e uma das principais medidas adotadas foi o isolamento social. Neste processo, o mercado de trabalho e a vida social da população precisou se adequar à nova realidade, escolas e empresas tiveram que suspender suas atividades presenciais total ou parcialmente para frear a propagação do vírus. Em 2021, com o aumento de casos e a chegada da segunda onda, a retomada normal das atividades econômicas e, principalmente, as escolares, se dá de forma gradual.

No caso do Ceará, o retorno das atividades presenciais na maioria das redes de ensino aconteceu em meados do ano, com as redes públicas retomando, com opção de formato híbrido, no início do segundo semestre.

O documento ressaltou que, embora toda a população tenha sido afetada diretamente com o choque sanitário, social e econômico provocado pelo coronavírus, os jovens estão entre os que mais têm sofrido com as consequências do isolamento e da crise econômica.

Na área da educação, ainda que o fechamento das escolas tenha sido necessário e essencial para o controle do vírus, não é possível ignorar os impactos negativos que a interrupção do processo de aprendizagem pode gerar na vida dos estudantes, a curto e longo prazo, principalmente daqueles de famílias mais vulneráveis e marginalizadas.

“A modificação do espaço de ensino-aprendizado (da escola para o domicílio) gera muitas preocupações e incertezas sobre o futuro dos nossos jovens. Mas, por ora, podemos comemorar a baixa evasão e o aumento da taxa de conclusão do ensino médio da população jovem cearense”, observam os autores do trabalho.

Ciente desse contexto, neste período de pandemia a Seduc organizou medidas com o objetivo de acolher todos estudantes da rede, de fortalecer os seus vínculos com as unidades de ensino e construir novas rotinas do processo de ensino e aprendizagem.

O trabalho planejado e desenvolvido pela Seduc faz parte do Programa Ceará Educa Mais, constituído de 25 ações destinadas à progressiva melhoria da qualidade da educação cearense. O programa está fundamentado em oito eixos: Aperfeiçoamento pedagógico; Desenvolvimento e Qualificação dos Professores; Avanço na Aprendizagem; Tempo Integral; Cuidado e Inclusão; Preparação para o Enem; Educação Conectada; e Qualificação Acadêmica e Profissional dos Estudantes.

Fonte: Governo do Ceará.