Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro já atuou em causas envolvendo o ex-presidente Lula e do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL). Foto: Tribunal Superior Eleitoral.

Na próxima terça-feira (3), a advogada Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro será empossada ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela classe dos juristas. A sessão solene de posse será transmitida antes da sessão de julgamentos no canal do TSE no YouTube, a partir das 19h.

Maria Claudia se junta a Ellen Gracie, Eliana Calmon, Fátima Andrighi, Cármen Lúcia, Laurita Vaz, Maria Thereza de Assis Moura, Rosa Weber e Luciana Lóssio, únicas mulheres a integrarem, em 89 anos de Justiça Eleitoral, o Plenário do TSE.

“Estou consciente do enorme desafio de seguir em frente com o histórico trabalho desenvolvido pelas brilhantes mulheres que já integraram a Corte, conferindo uma hermenêutica constitucional e eleitoral feminista aos temas que são submetidos à análise do Tribunal”, afirma.

Maria Claudia foi nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 25 de junho, para ocupar a vaga deixada pelo ministro Carlos Horbach, que se tornou membro titular da Corte em maio deste ano.  A escolha da advogada foi realizada a partir de lista tríplice inédita integrada apenas por mulheres, enviada pelo TSE ao presidente da República.

Diversidade e representatividade

Ao anunciar a chegada de Maria Claudia, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, destacou que, atualmente, o Colegiado da Corte Eleitoral conta apenas com homens, o que é “inaceitável no mundo em que se busca diversidade e paridade”.

Para a jurista, o Tribunal Superior Eleitoral é uma Corte moderna, célere e que vem desempenhando, com reconhecido êxito, o enorme desafio de organizar e realizar eleições seguras, transparentes e confiáveis numa das maiores democracias do mundo.

“Estou extremamente animada e motivada com essa preciosa oportunidade que o destino me conferiu. Já fui servidora do TSE, advogada militante, e poder servir à Casa, agora na condição de juíza substituta, é uma das maiores honras de minha trajetória profissional”, destaca.

Sobre a necessidade de uma maior representatividade de mulheres também na Justiça Eleitoral, ela lembrou que a advocacia eleitoral, em todo Brasil, conta com brilhantes profissionais femininas e, a despeito disso, de um total de 112 vagas destinadas à classe dos juristas por todos os tribunais eleitorais nacionais, apenas 11 são ocupadas por mulheres.

“O que revela o gravíssimo manto de invisibilidade que encobre talentos femininos. Há um telhado de vidro que precisa ser rompido e a mudança dessa realidade é algo que se faz urgente. Espero que, quando essa minha passagem pelo TSE se encerrar, estejam na Corte outras colegas, dando continuidade a esse movimento de ampliação de espaços de representatividade”, ressalta.

Currículo

A nova ministra é advogada, mestre em Direito de Estado pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Direitos Fundamentais pela Universidade de Coimbra (IBCCrim).

Já atuou como assessora-chefe da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral e é fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep). Atua como professora de pós-graduação em Direito Constitucional e em Direito Eleitoral e, atualmente, é presidente do Instituto de Direito Eleitoral do Distrito Federal (IDEDF).

Com informações do TSE.