Articulada por entidades representativas de várias categorias de servidores, a greve geral tem atos em 21 capitais. Foto: Reprodução/CUT.

Servidores públicos municipais, estaduais e federais aderiram nesta quarta-feira (18), em várias cidades do Brasil, à manifestação nacional contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32 de 2020), que institui a Reforma Administrativa.

Articulada por entidades representativas de várias categorias de servidores, a greve geral tem atos em 21 capitais.

Além do desacordo com o texto da PEC 32/2020, que tramita na Câmara dos Deputados e pode ser votada ainda neste mês, manifestantes e entidades reivindicam o auxílio emergencial no valor de R$ 600, a diminuição do desemprego, a ampla e irrestrita vacinação contra Covid-19 em todo o Brasil e a imediata interrupção dos processos de desestatização do governo, como o dos Correios.

Reforma administrativa

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou, em julho deste ano, de debates sobre o projeto na comissão de deputados que discute o tema.

“Não existe nenhum dogmatismo do nosso lado. O principal motivo da nossa reforma é garantir a melhoria, a modernização e a qualidade do serviço público brasileiro. De outro lado, sabemos que devemos fazer isso de maneira eficiente, justamente para impedir a obsolescência dos quadros da administração pública”, disse o ministro na ocasião.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Economia afirmou que não fará comentários sobre as críticas à PEC 32/2020 e as manifestações desta quarta-feira (18).

Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT) – uma das articuladoras da greve geral – a PEC 32 “retira totalmente a proteção dos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público.”

Segundo informou, em nota, o site da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), profissionais que não atuam no serviço público também foram mobilizados para atos relativos à greve geral. Funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Caixa Econômica Federal também aderiram ao movimento.

Greve dos Correios

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) também anunciou paralisação por tempo indeterminado. Em comunicado, a Federação afirma que aderiu ao movimento para negociar “melhorias das condições de trabalho e reajuste salarial, além de exigir o fim do sucateamento da empresa e do projeto do governo de entregar os Correios para o setor privado.”

Conforme o Ministério das Comunicações, o objetivo da privatização dos Correios é dar maior agilidade e eficiência ao setor postal e melhorar os serviços prestados à população. A Câmara aprovou, em 5 de agosto, o Projeto de Lei (PL 521/21), que trata da privatização dos Correios.