Deputados cearenses participaram de protesto contra desfile das Forças Armadas. Foto: Reprodução/Twitter.

O desfile de blindados das Forças Armadas, realizado nesta terça-feira (10), em dia de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, gerou protesto por parte de alguns parlamentares cearenses que se sentiram intimidados. O ato aconteceu no período da manhã na Praça dos Três Poderes e contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Alguns deputados federais reagiram, no Congresso Nacional, contra o desfile e exigiam o impeachment do presidente. Dentre os presentes estavam os cearenses José Nobre Guimarães e José Airton Cirilo.

Não aceitamos nenhum tipo de intimidação! Por isso estamos no Parlamento independente, na defesa do Estado Democrático de Direito e da nossa Constituição contra qualquer tipo de ameaça”, disse José Airton em suas redes sociais.

O parlamentar afirmou que dedicou sua juventude na luta pelo fim da ditadura militar e na defesa da Democracia. “Não vamos admitir nenhum movimento de afronta à Democracia. Sabemos muito bem que esse desfile dos tanques militares é uma forma de intimidar o Congresso Nacional”, disse.

Idilvan Alencar (PDT) também se posicionou contra o ato e disse que o presidente e os comandantes das Forças Armadas precisam entender o novo tempo em que o País vive. “O Brasil é uma Democracia e as divergências são resolvidas por meio do diálogo, da política e do voto. Tanques e aviões servem para garantir a soberania do país, não para disputas políticas. Quem faz isso, comete crimes e deverão ser responsabilizados por isso. Não vamos nos intimidar”.

José Guimarães, que participou de manifestação contra o desfile das Forças Armadas, apresentou requerimento ao Ministério da Defesa, fazendo alguns questionamentos como a necessidade de se passar um comboio na Esplanada, os custos da ação para os cofres públicos e quem autorizou a ação.

Nove partidos publicaram nota de repúdio ao desfile dos blindados, que segundo eles, foi “uma tentativa de constrangimento ao Congresso” na votação do voto impresso. “O povo quer vacina, respeito à democracia e instituições e governantes que trabalhem para gerar empregos e acabar com a fome”, lembrou o deputado federal Leônidas Cristino (PDT).

“Saúdo nossas Forças Armadas, e deixo aqui o compromisso dos trabalhistas de oferecer ao Brasil um projeto de Defesa centrado no desenvolvimento tecnológico! Esse 1desfile’ caquético de hoje, com ares de I Guerra Mundial, foi uma vergonha”, disse o deputado federal André Figueiredo, presidente do PDT do Ceará.

O deputado Célio Studart (PV) destacou as milhares de mortes por Covid, milhões de desempregados e pessoas abaixo da linha de pobreza que não aparecem como prioridade para o presidente da República. “O voto impresso é a preocupação número um do presidente e alguns brasileiros. Vivi para ver isso”, afirmou ele em suas redes sociais.