Para presidente da Assembleia, Evandro Leitão, embate político em torno da CPI é normal. Foto: Miguel Martins.

Depois do encontro desta manhã de terça-feira (17) dos integrantes do Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa do Ceará, para definir o espaço que cada partido ou bloco partidário terá na composição da Comissão Parlamentar de Inquérito, começaram as especulações sobre os integrantes da CPI das Associações de Militares.

Pelos comentários, a tendência é que o autor do pedido de CPI, Romeu Aldigueri (PDT), fique com a presidência do grupo, enquanto que Elmano de Freitas (PT) atue como relator.

No entanto, Evandro Leitão quer cumprir todos os ritos legais que uma CPI se propõe e informou desconhecer qualquer acordo para ocupação de cargos no colegiado.

Segundo informou, nos próximos dias, os partidos que têm direito a participação no grupo devem se reunir para indicar os nomes do presidente, vice-presidente e relator do inquérito.

No encontro desta terça-feira, ficou acertado que o bloco PDT, Cidadania e DEM ficarão com três das nove vagas da Comissão Parlamentar de Inquérito, enquanto que PT, MDB e PP indicarão outros três membros.

Foi acordado, ainda, que o bloco Republicanos e PROS, representando a oposição, terá uma vaga. A tendência é que Soldado Noélio, do PROS, represente a bancada oposicionista. Outros dois partidos, com dois deputados na Casa Legislativa, devem indicar nomes para as duas vagas restantes até a sexta-feira (20).

Na próxima semana, na terça ou quarta-feira, ocorrerá a eleição para escolha do presidente, vice-presidente e relator da CPI. Escolhidos os representantes, o grupo deve marcar a primeira reunião para deliberar sobre as ações do colegiado. Questionado sobre a demora para instalação da Comissão, com potencial uso político das investigações, Evandro Leitão destacou que a pandemia da Covid-19 foi a responsável por atrapalhar os trabalhos da Casa, inclusive, até recentemente as sessões da Assembleia estavam sendo realizadas de modo virtual.

“O contexto é outro e temos que levar isso em consideração. Esta é uma Casa política, e sem sombra de dúvida, terá esse tensionamento. Mas temos que ter respeito, ser justos e investigar. Aquilo que tenha sido feito de forma ilícita, e não de forma legal, certamente virá à tona. Temos que ser justos e dar uma resposta à sociedade”, disse Leitão.

O deputado Elmano de Freitas afirmou que a CPI não foi um pedido do Governo do Estado, mas do deputado Romeu Aldigueri com o apoio de outros 31 parlamentares, inclusive, da oposição. “Essa CPI é para averiguarmos as associações de policiais militares. E a relação com motins contra a sociedade, contra o comércio e à população. E vamos ao final dizer se tem algo ilícito ou errado nas associações. Temos que ser justos”, replicou.

Veja trecho da fala do representante do PT:

O líder do bloco PDT, Cidadania e DEM, o deputado Guilherme Landim (PDT), afirmou que deve pleitear, na comissão, a vaga de presidente do colegiado. O grupo é o que possui maior representatividade na Casa, com 15 parlamentares, com direito a três assentos na comissão.