Julierme Sena chegou a dizer que igreja não é lugar de política. Ele foi rebatido pelas vereadoras Larissa Gaspar e Adriana Nossa Cara. Foto: CMFor.

Após sofrer ataques por parte de partidários do presidente Jair Bolsonaro, padre Lino Allegri recebeu uma Moção de Solidariedade aprovada pela maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza.

A chamada “ala bolsonarista”, porém, votou contra o requerimento e criticou os atos do líder religioso, que tem se posicionado contra a atual gestão do Governo Federal, principalmente de omissão na compra de vacinas contra a Covid-19.

De acordo com o autor da proposta, o vereador Ronivaldo Maia (PT), a Moção de Solidariedade se deu por conta do afastamento de padre Lino da Igreja da Paz (localizada no bairro da Aldeota), como forma de garantir sua integridade física e moral, após ataques de grupos bolsonaristas, desde o início do mês de julho passado.

A vereadora Adriana Nossa Cara (PSOL), que presenciou os ataques, também destacou a importância do posicionamento da Casa Legislativa.

Apesar de a maioria dos parlamentares ter se posicionado favorável à medida, alguns vereadores aliados do presidente da República votaram contrário, como Julierme Sena (PROS), Carmelo Neto (Republicanos), Priscila Costa (PSC), Ronaldo Martins (Republicanos) e Inspetor Alberto (PROS).

Adriana Nossa Cara afirmou que presenciou um homem desferindo calúnias e palavras desrespeitosas ao padre que tem 80 anos de idade. “Tenho plena convicção de que nessa história, nós da esquerda, católicos, sempre continuaremos em defesa da vida. Minha total solidariedade ao padre Lino”.

Ronivaldo Maia destacou que alguns cristãos deveriam respeitar as demais orientações religiosas. Quanto aos atos cometidos por alguns partidários do presidente Bolsonaro, ele defendeu que estes “merecem misericórdia e perdão de Deus”. Ele respondia às falas de Priscila Costa, que chegou a dizer que PT e PSOL são comprometidos com o aborto e a chamada “ideologia de gênero”.

Julierme Sena afirmou que houve posições lamentáveis de ambos os lados, destacando que o padre fugiu de seu papel ao falar de política. “As pessoas vão à casa de Deus para ouvir a palavra e vem um padre falar de política dentro da igreja. Padre não pode falar de política”, determinou. Ele foi rebatido pelas vereadores Larissa Gaspar (PT) e Adriana Nossa Cara, que apontaram que alguns políticos utilizam a fé das pessoas para fazer disso palanque político. Elas destacaram que igreja também é lugar para se fazer política”.