Ailton Lopes e outros líderes do partido devem se reunir com o ex-presidente Lula na próxima segunda-feira (23). Foto: Reprodução/Facebook.

O ex-presidente Lula está em incursão pelo Nordeste e chega em Fortaleza na próxima sexta-feira (20). Além de um fim de semana de descanso nas praias cearenses, o petista quer dedicar parte de sua estada no Ceará a conversas com algumas lideranças políticas locais.

Um dos encontros se dará com o PSOL, que deve discutir, exclusivamente, o posicionamento da esquerda contra o bolsonarismo.

De acordo com o presidente estadual do PSOL, Ailton Lopes, o partido não vai discutir táticas eleitorais estaduais com o ex-presidente Lula ou com o Partido dos Trabalhadores na conversa que terão na segunda-feira, dia 23.

Segundo ele, a legenda socialista ainda está em discussão interna sobre o pleito eleitoral do próximo ano, quando apresentarão candidaturas tanto ao Governo do Ceará quanto à Presidência da República.

“A conversa com o Lula não passa em absoluto por discussão de tática eleitoral. Não vamos debater eleição com o Lula e com o PT nessa conversa. Porque o PSOL ainda está em votação do congresso estadual que ocorrerá no segundo final de semana de setembro. Somente no congresso nacional do PSOL é que vamos definir as linhas programáticas e diretrizes do partido para fazermos a tática eleitoral”, disse.

O diálogo com o ex-presidente deve tratar sobre o que Ailton definiu como “luta unificada das posições de esquerda contra o bolsonarismo”. Na avaliação do socialista, o Governo do presidente Jair Bolsonaro precisa ser impedido até antes das eleições gerais de 2022. “Cada dia é mais sofrimento para o nosso povo. A gente vive em um descaso completo, que é a ação deliberada do ‘desgoverno’ do Bolsonaro em relação à gestão da saúde”.

Segundo disse, o PSOL tem apresentado o nome do deputado federal Glauber Braga (RJ) como pré-candidato à Presidência da República e terá uma candidatura própria no primeiro turno no Ceará ao Governo do Estado, como uma alternativa para os eleitores. “Não dá para para pactuar com essa oligarquia dos Ferreira Gomes e a expressão de programa reacionário capitaneado pelo Wagner. A pauta da conversa com o Lula vai ser sobre como podemos continuar o trabalho de unidade contra o Bolsonaro”, afirmou.

Na avaliação de Lopes, Lula está em incursão pelo Nordeste para conversar “com todo mundo”, inclusive, com representantes de partidos do chamado “Centrão”, que para o socialista são agremiações do espectro de direita. “A gente não vai compor palanque com a direita. Por isso somos oposição ao PDT em Fortaleza bem como em nível estadual”.

A pauta da conversa com Lula, segundo ele, será sobre a unidade de trabalho das esquerdas em diversas frentes de atuação, como contrários à Reforma Administrativa. “Precisamos do compromisso do Lula e do PT com essa luta, para barrar os mais diversos desmontes perpetrados pela direita de nosso País. As esquerdas precisam agir e caminhar unificadas na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, e na revogação de medidas antipovo”.