Presidentes do PDT Ceará e de Fortaleza, André Figueiredo e Roberto Cláudio, se solidarizaram com o governador. Foto: Divulgação.

Os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao governador Camilo Santana, em visita ao município de Juazeiro do Norte, repercutiram entre políticos cearenses durante todo o dia de sexta-feira (13).

Parlamentares e lideranças do PT e PDT foram as principais vozes em defesa das ações implantadas pelo chefe do Poder Executivo Estadual no combate à Covid-19.

Bolsonaro aproveitou pronunciamento, na entrega de casas populares para moradores de Juazeiro e Crato, para criticar medidas que foram adotadas por alguns governadores do Brasil – dentre eles o do Ceará – para tentar evitar maiores contaminações por conta do novo coronavírus.

No discurso feito na manhã e sexta-feira (13), Bolsonaro chamou as ações de isolamento social e lockdown de “criminosas”. Camilo, de imediato, rebateu nas redes sociais afirmando que “criminoso é ignorar a perda de mais de meio milhão de vidas”.

Correligionários do governador também partiram em defesa dele. Deputado Acrísio Sena (PT), por exemplo, chamou de absurdo a vinda do presidente ao Ceará e desprezar os esforços locais para conter a pandemia. “Sem máscara e com aglomerações. Agride Camilo com a mesma falta de respeito com que tratou 567 mil brasileiros, vítimas de sua incompetência”.

O deputado federal José Airton Cirilo (PT) chamou de “covardes” os ataques de Bolsonaro e se solidarizou com o governador. “O episódio de hoje reproduziu um padrão dos últimos meses: enquanto Camilo trabalha para comprar vacinas, ampliar o número de leitos, criar programas de apoio aos setores da economia mais afetados pela pandemia e se cerca de cientistas e especialistas que auxiliam na tomada de decisões, Bolsonaro abraça o obscurantismo negacioanista e usa da mentira para inflamar sua cada vez a reduzida claque”.

Deputado federal Leônidas Cristino (PDT) chamou o presidente de “mentiroso”.

O deputado estadual Queiroz Filho (PDT) afirmou que “qualquer insinuação maldosa vindo de um líder de uma nação que trata com desdém e irresponsabilidade a morte de mais de 567 mil pessoas não merece ser levada em consideração”.

O prefeito de Fortaleza, Sarto, também manifestou apoio ao governador, que em suas palavras, “tem trabalhado incansavelmente no enfrentamento da pandemia”. Segundo ele, desde o início da crise, Camilo tem priorizado a vida, em coerência com o que defendem a ciência e os profissionais da saúde. “Um grande homem público”, disse.

“Descompromisso”

A vereadora de Fortaleza, Larissa Gaspar (PT), também se solidarizou com Camilo, afirmando que a população cearense reconhece o esforço do governador no combate à pandemia “e sabe que todas as medidas foram tomadas para salvar vidas. Repudiamos a vinda de um presidente genocida ao nosso Estado”.

O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, ambos do PDT, também apoiaram Camilo Santana. “A absurda e inaceitável declaração do presidente Bolsonaro contra o governador Camilo Santana revela, mais uma vez, qual é exatamente a sua postura frente à dramática pandemia da Covid-19 vivida em nosso País. Uma postura cínica, grosseira, desumana e de total descompromisso com o sofrimento do povo“, disse Roberto Cláudio.

“Infeliz”

Deputado federal José Nobre Guimarães (PT) afirmou que o Governo de Bolsonaro não fez nada para salvar vidas dos cearenses. “Bolsonaro além de não ter feito nada pelo Ceará, ainda vem agredir Camilo Santana que muito tem feito para ajudar os cearenses na luta pela vida. Falta ao Bolsonaro amor à vida”, apontou.<

Os deputados federais Idilvan Alencar e André Figueiredo, ambos do PDT, também se posicionaram contra as falas de Bolsonaro e mostraram-se favoráveis às medidas adotadas por Camilo Santana no Ceará. “Isso é desesperador. São quase 600 mil mortos por Covid, ou seja, já é a maior tragédia sanitária da nossa história, e o presidente da república até hoje preconiza contra as únicas medidas que poderiam ter reduzido esse número. Esse infeliz não se cansa de cometer crimes?”, questionou Figueiredo.