Senador Tasso Jereissati é um dos tucanos que disputam internamente a escolha do candidato do partido à Presidência da República. Foto: Agência Senado.

O senador cearense Tasso Jereissati fala sobre as prévias do PSDB para a escolha do candidato do partido à Presidência da República em entrevista publicada na edição desta segunda-feira (19) do jornal Valor Econômico.

Diferentemente dos dois governadores – de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite – que ele diz ser “a cara do futuro do PSDB” os participantes das prévias em plena campanha por estados brasileiros, Tasso não tem agenda pública para sair candidato a presidente pelo seu partido.

Também tem campanha tímida o quarto tucano relacionado para a disputa interna, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.

Tasso pode não ir até o fim da disputa, marcada para novembro. Desde o anúncio do seu nome como candidato, ele tem demonstrado pouco entusiasmo com a ideia, ao tempo que demonstra simpatia pela postulação do governador do Rio Grande do Sul.

Ele, como outros tucanos, não demonstram simpatia pela candidatura do governador João Doria. Também o senador cearense não tem o apoio do grupo tucano liderado pelo deputado federal Aécio Neves.

Leia o que está escrito no jornal Valor Econômico desta segunda-feira (19) antes das respostas às perguntas feitas a Tasso:

Um dos postulantes às prévias do PSDB, que escolherá em novembro o presidenciável da sigla, o senador Tasso Jereissati (CE) descarta que os quatro concorrentes cheguem à reta final. Tasso aposta em um afunilamento da disputa, com um maior entendimento entre eles ao longo da jornada. Ele não antecipa se estará na rodada final como concorrente, ou cabo eleitoral. Mas afirma que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, “é a cara do futuro do PSDB”.
Nesta entrevista ao Valor, o senador, um dos quadros históricos do partido, diz que a maior motivação das prévias é sair da polarização e do clima de ódio predominante no país. Tasso considera inadmissíveis declarações do presidente Jair Bolsonaro contestando a legitimidade das eleições, e ameaçando a realização do pleito. Afirma, entretanto, que Bolsonaro marcha rumo ao isolamento político, e que seu tom de radicalização começou a perder aderência.
Hoje eu me preocupo menos. Apesar do discurso mais radicalizado, Bolsonaro está cada vez mais isolado”. Nessa linha, ele também não acredita em radicalização do discurso dos militares, e enxergou como um “ponto fora da curva”, a nota oficial do Ministério da Defesa e dos comandantes militares dirigida à CPI da Covid, da qual ele é integrante, há dez dias. Acrescentou que o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, “não é um democrata”, a partir das declarações que o oficial militar deu a “O Globo”.
Tasso defende que a prioridade do próximo governo seja promover uma reforma política de fôlego, a partir de um pacto pelo fim da reeleição. Entusiasta do parlamentarismo, ressalta que desde que entrou na política, o Brasil vive crises sucessivas. “É a terceira vez que eu discuto na minha vida um impeachment, o sistema não está funcionando”.

Há algumas semanas, começou a circular entre grupos de WhatsApp, principalmente entre São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Ceará, um vídeo publicitário exaltando a pré-candidatura de Tasso a presidente da República. Em tom de campanha, o filme prega a conciliação nacional, em sintonia com o discurso do tucano. Com jingle embalado por “Aquele abraço”, de Gilberto Gil, a peça aclama o “Presidentasso”. O slogan dialoga com outro de campanha anterior do tucano, quando ele se elegeu governador do Ceará: “Tassim”.