Renato Roseno defende mais direitos humanos e respeito às diversidades. Foto: Miguel Martins.

O deputado estadual Renato Roseno (PSOL), principal nome socialista na Assembleia Legislativa do Ceará, avalia que as pautas levantadas pelo presidente Jair Bolsonaro, desde o pleito de 2018, estão se desfazendo, restando a seus adeptos apenas o que ele define como reacionarismo.

Para o parlamentar, o País necessita de mais direitos humanos e respeito às diversidades.

Nos últimos anos, por ser do campo de partidos de esquerda mais à esquerda, Roseno tem sido alvo de parlamentares da chamada extrema-direita, que ascenderam ao Parlamento com a eleição de Jair Bolsonaro. O parlamentar psolista tem tentado aprovar matérias mais progressistas, mas elas acabam esbarrando na “bancada evangélica” da Casa Legislativa, a exemplo do que aconteceu recentemente com o projeto “Educa Mais Ceará”.

“Os reacionários são o símbolo de uma sociedade em crise”, disse o parlamentar. Em sua avaliação, neste cenário, os laços sociais entram em crise e se criam narrativas conspiratórias. “O reacionarismo é uma reação a conquistas, à transformação de relações sociais. Ele cria uma fantasia de que a sociedade do passado seria melhor que a do presente”, analisou.

No entanto, Roseno destaca que as sociedades do passado eram prioritariamente machistas, misóginas, racistas e homofóbicas. “As mulheres apanhavam e não podiam denunciar porque não tinha delegacia. Pessoas LGBT viviam em total segredo e silêncio. No passado era bem pior. Eles querem voltar à sociedade da escravidão de negros e negras”, disse.

Do ponto de vista de classe, gênero e raça, as sociedades do passado eram bem mais desiguais na análise do socialista. “Eram oligárquicas, machistas, racistas e homofóbicas”, apontou. Para ele, não somente no Brasil, mas em todo o mundo, o reacionarismo manipula o interesse eleitoral.

“Os parlamentares reacionários não têm propostas para enfrentar as desigualdades de renda, a reforma tributária, para aumentar a participação política, transição energética e temas de segurança pública. Então, eles manipulam o medo e a desesperança, e conseguem muitos votos para se manterem nos parlamentos”, destacou.

No entanto, para Roseno, “o pacote do bolsonarismo”, que em sua avaliação junta manipulação do tema segurança, economia e corrupção está se desfazendo, ficando apenas o reacionarismo. “As denúncias de corrupção demonstram o que já sabíamos. Bolsonaro é a cara do sistema e a economia vai de mal a pior. Você compreende que ele não tem um projeto nacional, restando apenas o reacionarismo moral”.

Para o parlamentar, a onda bolsonarista no Brasil deve ser atenuada com levantes das mulheres, negros, negras e pessoas LGBT nas ruas. “A agenda reacionária é uma agenda de manipulação eleitoral para manter poder de uma elite econômica atrelada a essa agenda reacionária. Ela não faz bem ao Brasil. O Brasil precisa de mais justiça, direitos humanos, respeito à diversidade e democracia”, pontuou.

Veja o posicionamento do deputado estadual Renato Roseno: