“Não podemos nos dividir e deixar um bolsonarista assumir o governo do Ceará”, defende Acrísio Sena em referência à pré-candidatura de Capitão Wagner (PROS). Foto: ALECE.

No pleito do ano passado, o governador Camilo Santana e alguns partidários do PT defenderam uma aliança entre petistas e pedetistas na disputa eleitoral em Fortaleza, já no primeiro turno, o que não aconteceu.

No segundo turno, o partido fez um apoio crítico ao candidato Sarto e desde então, se diz oposição à gestão atual na Capital cearense.

Situação semelhante deve acontecer nas eleições gerais de 2022.

O PDT já fechou questão e deve lançar um nome ao pleito eleitoral do próximo ano ao Governo do Estado, por ser a maior legenda da base governista, e por ter apoiado Camilo, do PT, em seus dois mandatos de governador. No entanto, petistas já se movimentam para, também, apresentar um nome à disputa eleitoral, tanto para ter um palanque forte à candidatura presidencial quanto para fortalecer os quadros que devem se colocar na disputa ao Legislativo.

Os vereadores de Fortaleza, os deputados federais e a maioria dos deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores defendem a tese de candidatura própria ao Governo do Estado, como têm demonstrado em seus posicionamentos nas redes sociais.

No entanto, há quem discorde da ideia e tentará trabalhar para manutenção da aliança entre PT e PDT já no primeiro turno das eleições do próximo ano. O governador Camilo Santana é um desses nomes.

O deputado estadual Acrísio Sena (PT) é um defensor da tese de aliança entre as duas legendas para, segundo ele, evitar a ascensão de candidatura bolsonarista no Ceará. O discurso é semelhante ao que se levantou na disputa do ano passado, em Fortaleza. O petista defende o que chama de “maturidade política”.

“Ao contrário do atraso, incompetência e autoritarismo que estamos vendo no plano nacional, o Ceará vem mantendo um projeto de governo sólido, responsável pelo desenvolvimento estável do Estado há várias gestões. Isso, evidentemente, passa pela união do campo democrático e popular no Ceará. Camilo demonstra grande maturidade política”, diz ele em nota enviada à imprensa.

Para Acrísio, o sistema democrático brasileiro está em risco, e a agenda nacional impõe como tarefa derrotar o grupo político que comanda o País, que é contra a Ciência, a Constituição e o estado democrático de direito. “Não podemos nos dividir e deixar um bolsonarista assumir o governo do Ceará”, disse ele.

Sobre a candidatura de Camilo ao Senado, o deputado destaca que “será uma representação qualificada, que defenderá o Ceará com muita firmeza”. Este, ao que tudo indica, é o único tema em que os petistas estão de acordo, por enquanto. No que diz respeito a ter ou não um nome para a disputa ao Governo do Estado, isso só deve ser definido depois de muita discussão interna.