Fachada da ALECE com bandeiras do Movimento LGBTQIA+. Foto: ALECE.

Questionamentos relacionados ao movimento LGBTQIA+ geraram discussões entre deputados na sessão desta quinta-feira (01/7) na Assembleia Legislativa cearense. Parlamentares da bancada evangélica e de esquerda divergiram sobre o tema. Ao final das discussões, uma emenda consensual foi a solução para a aprovação da matéria do Governo – programa Ceará Educa Mais – que tratava do assunto.

Dra. Silvana (PL) foi a primeira parlamentar a se pronunciar contra. Evangélica, a deputada liberal repudiou a ação do Governo do Estado do Ceará, através do programa “Ceará de Todxs”, da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS).

Na última segunda-feira (28), em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, foram hasteadas bandeiras com as cores do arco-íris na entrada da Casa Legislativa.

Para a deputada, existe uma ressignificação do uso do arco-íris que, para os religiosos, é uma ligação de Jesus Cristo com os homens da Terra. Ademais, segundo a parlamentar, sua fala no púlpito representa o discurso daqueles que votaram nela.

“Não reconheço e não respeito o movimento que não nos respeita. Não aceitamos negociar com o Movimento, que, para nós [evangélicos] não existe e desafios eles [do movimento LGBTQIA+] a colocarem uma bandeira do arco-íris no céu”, bradou.

Silvana discursou contra a Projeto de Lei 72/2021, de autoria do Poder Executivo Estadual, criando o Programa Ceará Educa Mais e, palavras dela, “inclui ideologia de gênero e sexualização nas escolas”. Por fim, ela cobrou uma resposta do governador Camilo Santana (PT) sobre o ocorrido.

Renato Roseno (PSOL), em aparte à fala de Romeu Aldigueri (PDT), usou o tempo para se defender de acusações. Ele disse estar sendo acusado por inverdades sobre sua emenda que tratava de “equidade nas escolas”, no texto-base do Ceará Educa Mais. Roseno também comentou sobre jovens excluídos nas escolas cearenses por sua sexualidade e têm comportamentos suicidas, precisando haver uma inserção destes grupos, sem preconceito ou distinção. O pessolista pediu respeito à educação local e aos professores, alguns destes acusados de insinuar assuntos sexuais para seus alunos.

Por fim, o deputado pediu respeito à equidade – comportamento relativo à manifestação de senso de justiça e respeito à igualdade de direito.

“Precisamos nos educar como homens e como sociedade. Homens, mulheres e seres-humanos que promovem a equidade. Isto, nada mais é, o respeito às pessoas por sua individualidade” – Renato Roseno

Outro a discorrer sobre o tema LGBTQIA+ foi Elmano Freitas (PT). O petista elogiou a ação da SPS na Assembleia Legislativa e rechaçou comentários contra o Movimento. Ele defendeu o assunto “educação sexual” nas escolas, para evitar situações, como gravidez indesejadas.

Veja trecho dos discursos da deputada Dra. Silvana (PL) e do deputado Elmano Freitas (PT):